O renomado cineasta James Cameron, criador de sucessos como “Titanic” e “Avatar”, fez rasgados elogios ao “monólogo feminista” incluído pela diretora Greta Gerwig no polêmico filme live-action “Barbie”. A extensa cena vem recebendo críticas por parte da audiência por ser excessivamente doutrinária.
Ocorrendo perto do clímax da trama, o monólogo se inicia quando Barbie, vivida por Margot Robbie, é acometida por dúvidas sobre seu valor próprio ao se considerar uma boneca “genérica”, sem características interessantes que a diferenciassem das demais.
Personagem desabafa sobre cobranças contraditórias à protagonista
Em resposta ao desabafo de Barbie, Gloria, interpretada por America Ferrera, faz um pronunciamento destacando as inúmeras pressões e expectativas contraditórias que recaem sobre as mulheres na sociedade atual.
“Você tem que ser magra, mas não magra demais. Tem que dizer que quer ser saudável, mas também tem que ser magra. Tem que ter dinheiro, mas não pode pedir. Tem que ser chefe, mas não autoritária demais”, exemplifica.
Cameron: cena “resumiu em um minuto” dilemas seculares femininos
De acordo com James Cameron, este monólogo é um de seus favoritos do longa-metragem e sintetiza com maestria o que ele chamou de “dilema secular da mulher”.
“Basicamente você resumiu milhares de anos das angústias e cobranças femininas em apenas um minuto. Não acho que jamais tenha sido feito de forma tão certeira e eloquente antes”, afirmou Cameron.
Críticas à artificialidade da cena
A despeito das possíveis boas intenções dos realizadores, porém, cenas tão explicitamente doutrinárias e que verbalizam de forma tão óbvia suas intenções políticas podem ter o efeito contrário ao desejado.
Soam artificiais e subestimam a inteligência da plateia, além de passar a impressão de que se trata de mera pregação ideológica em vez de entretenimento.
Resta saber se o tom satírico da trama será suficiente para que o filme não naufrague no mar de autoconsciência política que tem afundado muitas produções recentes de Hollywood.