A Sequência Altamente Antecipada Deve Apresentar Canções Famosas, Gerando Preocupações Sobre a Direção Criativa e a Tendência de Hollywood de Apostar em Continuações Desnecessárias
A notícia de que “Joker: Folie à Deux”, a aguardada sequência do aclamado filme “Joker” (2019), será um “musical jukebox” tem causado alvoroço na internet. De acordo com a Variety, o filme apresentará os protagonistas, Coringa e Arlequina, interpretando canções famosas ao longo da trama, com pelo menos 15 covers de músicas conhecidas.
Enquanto alguns fãs expressam entusiasmo com a perspectiva de ver Joaquin Phoenix e Lady Gaga cantando e dançando, outros estão céticos quanto à necessidade de uma continuação para um filme que se sustentava perfeitamente por si só. “Joker” foi aclamado pela crítica e pelo público justamente por sua abordagem única e ousada do icônico vilão da DC Comics, explorando temas sombrios e realistas sem depender de conexões com um universo cinematográfico mais amplo.
A decisão de transformar a sequência em um musical jukebox levanta questionamentos sobre a tendência de Hollywood de apostar em continuações desnecessárias de filmes bem-sucedidos. Muitas vezes, essas sequências falham em capturar a magia do original e acabam parecendo tentativas forçadas de capitalizar sobre o sucesso anterior.
Embora “Joker: Folie à Deux” conte com um elenco talentoso e uma equipe criativa dedicada, incluindo a compositora vencedora do Oscar Hildur Guðnadóttir, há uma preocupação legítima de que o formato musical possa prejudicar o tom sombrio e sério que tornou o primeiro filme tão impactante.
Além disso, a escolha de fazer uma sequência para “Joker” parece ir contra a proposta original do filme, que era justamente oferecer uma história completa e autossuficiente. O final ambíguo e perturbador do longa deixava espaço para a imaginação do espectador, sem a necessidade de uma continuação para amarrar pontas soltas.
É claro que não se pode julgar um filme antes de seu lançamento, e “Joker: Folie à Deux” pode surpreender positivamente o público. No entanto, a tendência de Hollywood de apostar em sequências e franquias intermináveis, muitas vezes sacrificando a integridade criativa em nome do lucro, é preocupante.
A indústria cinematográfica precisa encontrar um equilíbrio entre a capitalização de sucessos e a valorização de histórias originais e autossuficientes. Nem todo filme de sucesso precisa de uma continuação, e é importante reconhecer quando uma obra se sustenta por si só, sem a necessidade de expansões forçadas.
Resta saber se “Joker: Folie à Deux” conseguirá provar que é uma sequência necessária e relevante, ou se será apenas mais um exemplo da tendência de Hollywood de esticar franquias até o limite. Os fãs terão que esperar até 4 de outubro de 2024 para descobrir se a aposta da Warner Bros. Discovery valeu a pena, ou se a continuação do aclamado “Joker” será lembrada como uma experiência musical desafinada e desnecessária.
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