O ator Jon Bernthal, amplamente reconhecido por sua interpretação fiel e visceral do anti-herói Justiceiro nas séries da Marvel, confirmou que inicialmente recusou a oferta da Disney para reprisar seu papel na série “Daredevil: Born Again”.
Sua decisão foi motivada por profundos desacordos com os planos originais da Disney para o personagem, que, segundo ele, comprometiam a essência do Justiceiro.
Um vigilante implacável criado por Gerry Conway, John Romita Sr. e Ross Andru em 1974, cuja história é marcada pela tragédia pessoal e pela busca incansável por justiça fora dos limites da lei.
A informação sobre essa ruptura criativa veio à tona em fevereiro de 2024, revelada pelo criador de conteúdo do TikTok, Cameron Silas, que afirmou ter obtido os detalhes diretamente de Bernthal durante uma sessão de autógrafos na Comic Con de Atlanta daquele ano.
Silas relatou em sua postagem: “Tive o prazer de conhecer Jon Bernthal novamente hoje! Consegui conversar com ele sobre ‘Daredevil: Born Again’.
Ele me disse que odiava o que estavam fazendo com o personagem antes da reescrita e que ele realmente recusou o projeto, mas agora que Karen está de volta (entre outras coisas), ele está de volta.”
Inicialmente, muitos fãs questionaram a veracidade do relato de Silas, especialmente porque Bernthal já havia sido anunciado no elenco da série.
No entanto, o ator posteriormente confirmou que tudo o que Silas disse era verdade, reforçando sua postura firme em proteger a autenticidade do Justiceiro contra tentativas de descaracterização que poderiam atender a agendas modernas de revisionismo cultural.
Essa posição de Bernthal reflete um compromisso louvável com os valores originais do personagem e com o respeito aos fãs, que há décadas admiram o Justiceiro por sua determinação e recusa em se curvar a sistemas corruptos ou ideologias passageiras.
A recusa inicial de Bernthal destaca uma possível resistência à cultura woke, que muitas vezes sacrifica a integridade narrativa em prol de mensagens políticas forçadas.
A menção ao retorno de Karen, provavelmente Karen Page, uma aliada importante do Justiceiro na série “The Punisher” da Netflix, sugere que a produção reconsiderou elementos essenciais da trama, um sinal de que a voz do público ainda pode prevalecer sobre imposições artificiais.
O Processo Criativo e o Resgate da Visão Original do Justiceiro
Em uma entrevista concedida a Nick Romano, da Entertainment Weekly, após o retorno do Justiceiro no quarto episódio de “Daredevil: Born Again”, intitulado “Sic Semper Systema”, Bernthal detalhou os motivos de sua hesitação inicial. Ele declarou: “Ultimamente, eu não via o personagem. Eu não via a versão do Justiceiro e o que eles queriam dele não fazia sentido para mim e pensei que não iria agradar os fãs e não seria congruente.” Ele complementou dizendo: “Não era algo que eu estava realmente interessado em fazer. Então, tivemos que desistir.” Essas palavras revelam uma rejeição clara a uma possível tentativa da Disney de transformar o Justiceiro em algo distante de suas raízes, talvez em uma figura menos violenta ou mais alinhada às sensibilidades contemporâneas, o que teria traído o legado do personagem. Contudo, a decisão da Marvel Studios de reescrever a série mudou o cenário. Bernthal reconsiderou sua posição e aceitou retornar, destacando que o fator decisivo foi o envolvimento ativo da equipe de produção, liderada pelo showrunner Dario Scardapane, que buscou ativamente sua contribuição para moldar o próximo capítulo da história do Justiceiro. Além disso, o ator mencionou estar trabalhando em um projeto especial do Justiceiro, ainda sem data de lançamento confirmada, e enfatizou que a equipe da Marvel tem garantido sua participação e aprovação em cada etapa do processo criativo, assegurando que a narrativa permaneça digna do personagem e fiel às expectativas de seu público.
“Daredevil: Born Again” é uma continuação da aclamada série “Daredevil” originalmente lançada pela Netflix, que foi cancelada em 2018, mas revivida pela Disney+ em resposta à demanda dos fãs e ao sucesso do universo Marvel na televisão. A necessidade de reescrever a série após uma recepção inicial negativa demonstra um raro momento de humildade por parte do estúdio, que optou por ouvir as críticas e ajustar o curso, algo que Bernthal claramente valorizou. Sua insistência em preservar a essência do Justiceiro reflete uma visão conservadora no melhor sentido: a defesa de tradições narrativas que resistem ao tempo e a rejeição de modismos que buscam redefinir personagens clássicos para atender a demandas superficiais de “lacração”. O envolvimento de Bernthal no processo criativo e no projeto especial do Justiceiro sugere que a Marvel reconheceu a importância de manter a autenticidade, evitando os erros de outras produções que, ao cederem à pressão cultural, alienaram seus públicos mais leais. Assim, a trajetória de Bernthal neste projeto serve como um exemplo de como a integridade artística e o respeito pelos fãs podem triunfar sobre as tendências efêmeras que dominam boa parte da indústria do entretenimento atual.