Juiz rejeita processo de plágio movido por Chris Wozniak contra Warner Bros. Discovery e DC sobre “The Batman”

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Desenhista alegava que o filme de 2022 havia copiado seu roteiro escrito em 1990, mas teve suas acusações negadas em decisão judicial

Em uma reviravolta no caso de plágio envolvendo o filme “The Batman”, um juiz de Nova York decidiu que nem a Warner Bros. Discovery nem a DC Comics plagiaram o roteiro especulativo escrito por Chris Wozniak em 1990. O desenhista e escritor vinha alegando, desde o lançamento do longa em 2022, que a produção havia se apropriado indevidamente de sua história.

De acordo com a decisão de 45 páginas proferida pelo juiz distrital dos EUA, Paul Engelmayer, foi Wozniak quem infringiu intencionalmente os direitos autorais registrados pela DC. “O uso do personagem Batman e dos elementos protegidos ao redor dele na história é um ato claro e flagrante de violação de direitos autorais”, afirma o documento.

Ecoando o processo movido pela DC contra Wozniak por escrever uma história não solicitada do Batman, o juiz Engelmayer acrescentou que o autor não tinha consentimento e que seu roteiro, intitulado “The Ultimate Riddle” (O Enigma Definitivo) e “Blind Man’s Hat” (O Chapéu do Homem Cego), “explora liberalmente – na verdade, está repleto de” elementos e personagens da DC.

As semelhanças entre “The Batman” e a história de Wozniak foram consideradas “muito comuns” para sustentar as acusações do desenhista. Entre elas, estão “serial killers solitários determinados a destruir a sociedade, vilões que provocam seus perseguidores com ‘pistas e enigmas’ e momentos de ‘clareza ou epifania’ que impulsionam os vilões ao crime”, observa o The Post.

O juiz citou ainda filmes como “Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith”, em que Anakin Skywalker sucumbe ao lado sombrio da Força e se torna Darth Vader, para embasar sua decisão. Ele rejeitou como “totalmente especulativa” a alegação de Wozniak de que a Warner Bros. havia obtido seu tratamento de roteiro a partir de um e-mail enviado ao produtor de Batman, Michael Uslan, e o reescrito como uma aventura inicial, em oposição à trama de aposentadoria que ele havia elaborado.

Wozniak chegou a explorar exemplos de semelhanças “plano a plano” entre seu roteiro e o filme em vídeos do YouTube, que acabaram sendo removidos da plataforma. Seu advogado, Terry Parker, discordou da decisão judicial em um e-mail, afirmando: “Respeitosamente, discordamos da decisão do tribunal e estamos considerando nossos próximos passos”. Já um advogado da Warner Bros. e da DC Comics não quis comentar o caso.

Enquanto Hollywood se rende cada vez mais à cultura “woke” e a adaptações politicamente corretas de personagens clássicos, o caso de Wozniak levanta questões sobre a originalidade e a autoria no mundo dos quadrinhos e do cinema. Será que estamos fadados a ver histórias recicladas e enredos genéricos, apenas para atender a uma agenda progressista? Ou ainda há espaço para a criatividade e a inovação, mesmo quando se trata de ícones consagrados como o Batman?

Fica a reflexão para os fãs e para a indústria do entretenimento. Afinal, em tempos em que a representatividade parece ser mais valorizada do que a qualidade narrativa, é preciso estar atento para não cair na armadilha das histórias “requentadas” e sem alma. Que o Cavaleiro das Trevas continue a nos inspirar com suas aventuras, seja nas páginas dos quadrinhos ou nas telas de cinema, mas sempre de forma autêntica e cativante.

 

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