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Kate Blanchett critica a cultura dos “avisos de gatilho” em Hollywood

A renomada atriz australiana Kate Blanchett, conhecida por seus papéis marcantes no cinema, criticou recentemente a crescente tendência de adicionar “avisos de gatilho” a conteúdos novos e antigos em Hollywood. Em entrevista ao Sunday Times, Blanchett expressou sua preocupação com a cultura “woke” que tem se infiltrado na indústria do entretenimento, sufocando a liberdade artística e o debate saudável.

A polêmica surgiu após a inclusão de um aviso antes do clássico filme de comédia “Bravos no Oeste” (Blazing Saddles), de 1974, que satiriza o racismo usando linguagem e atitudes consideradas ofensivas por alguns hoje em dia. Blanchett argumenta que tais avisos implicam uma falta de respeito mútuo e sugerem que o assunto não foi devidamente abordado.

A polêmica dos “avisos de gatilho” em Hollywood

“Precisamos de mais filmes desafiadores, que gerem debate. Isso é absolutamente emocionante”, disse Blanchett. “Quando as pessoas discutem sobre um filme, é sinal de que ele tocou em questões relevantes.” A atriz, que estrelou recentemente o filme “Tár”, no qual interpreta uma maestrina envolvida em uma controvérsia de “cultura do cancelamento”, defende que a arte deve ter a liberdade de desafiar e provocar reflexões.

Blanchett aponta para um problema maior que se estende para além das artes: o medo de ter conversas difíceis. “Falamos sobre sinceridade radical, mas quando há um aviso de gatilho antes de algo, você está insinuando que não há respeito mútuo ou que o assunto não foi devidamente debatido”, afirmou.

Kate Blanchett defende a arte desafiadora

A postura da atriz ecoa a crescente insatisfação de muitos com a cultura “woke” em Hollywood, vista por alguns como uma estratégia perdedora que sufoca a criatividade e a liberdade de expressão. Diversos outros celebridades têm se manifestado contra o excesso de “politicamente correto” na indústria, alertando para os riscos de se permitir que ideologias controlem a arte.

A arte desempenha um papel fundamental na formação da cultura e, quando controlada por agendas políticas, corre o risco de ser instrumentalizada para fins de controle social. Blanchett defende que devemos estar abertos para o que a arte tem a oferecer, mesmo que nos desafie ou ofenda. “Você pode rir, pode se surpreender. Nunca se sabe, mas você vai se render ao que está por vir”, conclui a atriz.

O debate levantado por Kate Blanchett é de extrema relevância em um momento em que a liberdade artística parece estar sob constante ameaça. Cabe a nós, como sociedade, refletir sobre o papel da arte e resistir às tentativas de censura e controle, venham elas de onde vierem. Afinal, uma cultura saudável é aquela que abraça a diversidade de ideias e encoraja o diálogo, por mais desconfortável que possa ser.

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