O drama nos bastidores da Marvel Studios segue em escalada, com o ex-responsável pela série animada X-Men ’97, Beau DeMayo, lançando acusações públicas contra o chefão da empresa, Kevin Feige. Segundo DeMayo, Feige estaria “irritado” com o sucesso estrondoso da produção. Em uma postagem no X (antigo Twitter), DeMayo revelou que Feige se afastou intencionalmente do projeto durante seu desenvolvimento, apenas para demonstrar frustração quando X-Men ’97 alcançou uma pontuação impressionante de 98% no site Tomates Podres (Rotten Tomatoes), tornando-se um dos lançamentos mais aclamados da Marvel nos últimos anos. DeMayo afirma ter ouvido de um funcionário da Marvel que Feige ficou especialmente incomodado com as comparações entre a série e X2: X-Men Unidos, filme de 2003 que ele co-produziu no início de sua carreira e que é amplamente considerado um marco nos filmes de super-heróis.
O ex-showrunner foi além, denunciando o que chama de desprezo da Marvel pela equipe de X-Men ’97. Ele revelou que a empresa se recusou a organizar uma festa de encerramento para celebrar a conclusão da produção, forçando-o a tirar dinheiro do próprio bolso para homenagear o trabalho árduo dos envolvidos. “Uma espécie de desprezo e ego nojento”, disparou DeMayo. “Isso explica por que eu tive que pagar a festa de encerramento para a equipe do meu bolso, já que a Marvel se negou a reconhecer o esforço deles. Nunca conheça seus heróis.” Mais grave ainda, DeMayo acusou a Marvel de adotar uma agenda feminista radical, que, segundo ele, se reflete em uma hostilidade crescente contra personagens masculinos icônicos, como Ciclope, líder dos X-Men nos quadrinhos e figura central da equipe. Para DeMayo, essa postura reflete uma tentativa da Marvel de impor ideologias políticas em detrimento da essência dos personagens e da liberdade criativa que deveria guiar a empresa.
Consequências e Repercussões
Não é a primeira vez que Beau DeMayo entra em conflito aberto com a cúpula da Marvel Studios. Antes mesmo da estreia de X-Men ’97, ele foi demitido sob alegações nebulosas de que teria enviado fotos inadequadas a funcionários homens da empresa — acusações que DeMayo refuta veementemente, classificando-as como uma campanha de difamação orquestrada para silenciá-lo. Em um vídeo publicado no último mês, ele afirmou que essas denúncias são apenas a ponta do iceberg de um ambiente tóxico dentro da Marvel, onde maus-tratos e agendas ideológicas prevalecem sobre o respeito aos criadores e às raízes dos personagens. A tensão entre DeMayo e Feige ganha contornos ainda mais dramáticos diante do sucesso de X-Men ’97, que contrasta com a maré de críticas enfrentada pela Marvel desde Vingadores: Ultimato, em 2019.
Nos últimos anos, o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) tem acumulado tropeços. Filmes como Eternos (2021), com 47% de aprovação no Tomates Podres, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023), que marcou apenas 46%, e As Marvels (2023), com bilheteria decepcionante e 62% de aprovação, são exemplos de projetos recebidos com frieza por crítica e público. Até mesmo o recém-lançado Capitão América: Admirável Mundo Novo, que estreou em 2024, não escapou da fadiga crescente dos fãs e de uma recepção morna, com rumores de refilmagens e custos inflados. Nesse cenário, X-Men ’97 surge como uma exceção, sendo elogiada por sua fidelidade aos quadrinhos dos anos 90, pela profundidade de seus temas e por resgatar a essência que muitos acreditam ter sido perdida no MCU. Para os fãs, a série evoca memórias de clássicos como X2: X-Men Unidos, que arrecadou mais de 400 milhões de dólares mundialmente e mantém 85% de aprovação no Tomates Podres.
A frustração de Kevin Feige, conforme alegada por DeMayo, pode ter raízes no fato de que X-Men ’97 triunfou fora da narrativa rígida e interconectada do MCU, escapando do controle criativo direto de Feige. Enquanto a Marvel insiste em diversificar seu elenco e enredos para agradar a um público supostamente progressista, críticos de direita apontam que essa abordagem tem sacrificado a integridade artística e alienado os fãs tradicionais. A suposta marginalização de personagens masculinos como Ciclope — que na série animada original era um líder estrategista e complexo — seria um sintoma dessa agenda, trocando heróis clássicos por figuras que atendam a demandas ideológicas. A série, por outro lado, foi celebrada justamente por equilibrar nostalgia e maturidade, sem ceder às pressões de uma narrativa “despertada” (woke) que muitos associam ao declínio do MCU.
A controvérsia expõe uma crise maior na Marvel Studios. Enquanto X-Men ’97 brilha com sua pontuação quase perfeita e aclamação dos fãs, os embates entre DeMayo e Feige jogam luz sobre tensões internas que podem definir o futuro da empresa. Para muitos, o sucesso da série é uma prova de que a Marvel deveria voltar às suas origens, priorizando histórias fiéis aos quadrinhos e aos valores que construíram sua base de fãs, em vez de se curvar a pressões políticas ou agendas que, segundo críticos conservadores, corroem a essência do que tornou os X-Men e outros heróis ícones culturais.
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