O mercado de streaming testemunhou uma demonstração impressionante de força em 2024, com a Netflix solidificando sua posição como líder indiscutível do setor. De acordo com os dados financeiros recentes, a empresa alcançou uma receita de US$ 33,7 bilhões, representando um crescimento robusto de 16% em comparação ao ano anterior. Mais significativo ainda foi o aumento de 49% no lucro operacional, que atingiu a marca histórica de US$ 10,4 bilhões – a primeira vez que a empresa ultrapassa a barreira dos dez bilhões em lucros.
O crescimento da base de assinantes da Netflix continua igualmente notável, com a adição de 9,5 milhões de novos usuários no último ano, elevando seu total global para impressionantes 301,6 milhões de assinantes. Este marco não apenas demonstra o alcance internacional da plataforma, mas também sua capacidade de continuar atraindo novos usuários mesmo em um mercado cada vez mais saturado e competitivo.
A plataforma conseguiu equilibrar eficientemente seus investimentos em conteúdo original com uma estratégia de crescimento sustentável, resultando em uma performance financeira que deixa seus concorrentes bem para trás. Enquanto outras plataformas ainda buscam o equilíbrio entre aquisição de assinantes e rentabilidade, a Netflix parece ter dominado essa equação desafiadora.
Disney+ Enfrenta Realidade Difícil Apesar do Discurso Otimista
Em contraste com o desempenho estelar da Netflix, as operações de streaming da Disney apresentam um quadro significativamente menos impressionante. Embora a empresa tenha reportado US$ 23,3 bilhões em receita para suas plataformas combinadas (Disney+ e Hulu, excluindo ESPN+), representando um crescimento de 13%, seus resultados de lucratividade revelam um cenário preocupante.
A Disney celebrou uma “virada de US$ 574 milhões para a rentabilidade” como um marco importante. No entanto, quando comparado aos mais de US$ 10 bilhões de lucro operacional da Netflix, este número parece modesto e aquém das expectativas iniciais para uma empresa com o poder de marca e recursos da Disney. Importante ressaltar que este crescimento pode ser atribuído em grande parte à aquisição completa do Hulu, e não necessariamente ao desempenho orgânico da Disney+.
A falta de transparência nos números específicos de cada plataforma também levanta questões sobre o real desempenho da Disney+. Embora o CEO Bob Iger tenha enfatizado o crescimento de assinantes e a transição para a rentabilidade como sinais de sucesso, a realidade operacional sugere que os serviços de streaming da empresa ainda estão muito distantes das ambiciosas projeções anunciadas durante o lançamento da plataforma.
Particularmente reveladora é a política agressiva de descontos implementada pela Disney+, que mais indica uma luta pela retenção e aquisição de assinantes do que uma posição de força no mercado. Apesar dos investimentos massivos em propriedades intelectuais valiosas e conteúdo original, a Disney ainda não conseguiu traduzir esses ativos em uma operação de streaming tão lucrativa quanto a da Netflix.
Esta disparidade nos resultados financeiros ilustra claramente os diferentes estágios de maturidade das duas empresas no mercado de streaming. Enquanto a Netflix colhe os benefícios de sua experiência pioneira e foco singular no streaming, a Disney continua navegando na complexa transição de seus modelos de negócios tradicionais para o ambiente digital, enfrentando desafios significativos para alcançar a escala e rentabilidade prometidas aos investidores.