A cantora Luísa Sonza, de 25 anos, acaba de anunciar uma nova série documental na Netflix, (Isabel Nascimento Silva, De Você Fiz Meu Samba, dirige os três episódios de Se eu Fosse Luísa Sonza) sobre sua carreira e processo criativo. Infelizmente, seu trabalho representa o que há de mais superficial e vazio na música pop brasileira contemporânea.
Apesar de seu sucesso comercial, as canções de Luísa são repetitivas, focadas unicamente em baladas românticas e letras apelativas sobre sexo. Sua imagem é completamente sexualizada e a cantora não apresenta nenhuma profundidade artística.
Objetificação
Seus videoclipes são meros veículos para exibição de seu corpo e rosto. As melodias, quando existem, são secundárias. Toda a sua persona parece ter sido fabricada por executivos visando apenas o lucro, sem nenhuma identidade genuína.
Essa fórmula repetida à exaustão rende frutos financeiros, mas representa um retrocesso criativo e cultural. Ao invés de buscar a inovação e ousadia, Luísa se acomodou no lugar-comum da mulher objeto do desejo masculino.
A música pop morreu
Infelizmente, seu sucesso reflete o estado preocupante da música pop nacional. Não surgem há anos cantores e compositores que realmente revolucionem e surpreendam, capturando a complexidade da vida moderna em letras inteligentes e arranjos inovadores.
A indústria fonográfica se contenta em reproduzir fórmulas batidas e ultrapassadas. Novos talentos são descartáveis, durando no máximo algumas faixas de sucesso antes de caírem no esquecimento.
Não haverá legado
Enquanto isso, ícones consagrados como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque continuam inigualáveis décadas depois, ao passo que astros do pop como Luísa dificilmente deixarão algum legado duradouro.
A música brasileira precisa urgentemente retomar sua ousadia e sofisticação para inspirar novas gerações. Caso contrário, continuará refém de produtos descartáveis como Luísa Sonza. O Brasil merece muito mais.
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