Por Claudio Dirani
A Rainha do Pop já não é mais a mesma…
Se você por acaso era bem novinho em meados dos anos 1980, dificilmente escapou da Madonna Mania – fenômeno que caminhou lado a lado com Michael Jackson no cenário pop.
Nunca fui um fã de colecionar discos de Madonna Louise Ciccone. Mesmo assim, as músicas da americana nascida em Bay City, Michigan, são hoje standards do pop. Entre elas, “Material Girl”, “Like a Virgin”, “Like a Prayer”, “Vogue”, “Rain” e mais uma tonelada de hits.
Sem falar nos filmes – a maioria deles, big flops. Claro que temos exceções, como Dick Tracy, Uma Equipe Muito Especial e a mais bem-sucedida de todas: Evita – a romantização biográfica da viúva do ditador esquerdista Juan Perón, que acabou faturando o Oscar de Melhor Canção Original na cerimônia de 1997.
Longe de dirigir ou protagonizar filmes desde 2002 (seu último longa foi Ao Sabor das Ondas), Madonna tem atuado nos bastidores neste momento para convencer que sua história é digna de uma cinebiografia.
Assim como grande parte do showbiz, a artista tem se envolvido em polêmicas ligadas à cultura woke – a mais recente delas, exposta ao público de Copacabana, no mega-show “estatal” bancado pela prefeitura do Rio de Janeiro, com participação (lamentável) da brasileira Anitta.
Passados cinco meses do evento (ocorrido de forma simultânea à tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul), a cantora-compositora-atriz atravessa uma espécie de inferno astral em Hollywood. Nós explicamos o motivo a seguir…
Madonna x H0llywood
Se o relato a seguir aparecesse em qualquer publicação, digamos, em 1989, certamente o veículo seria acusado de espalhar fake news. Isso porque o que vamos descrever a seguir é uma espécie de desabafo de Madonna, sobre o adiamento – por tempo indeterminado das filmagens de Who’s That Girl? – título da autobiografia cinematográfica da cantora, anunciado ainda em 2020, e que seria bancado inicialmente pelo Universal Studios.
“Depois de lutar por dias em Los Angeles, ouvindo produtores e agentes que eu não conseguiria fazer meu filme – o qual trabalho nele há 4 anos – e de que eu teria de fazer muitas modificações nele, percebi que tudo na minha vida seria um desafio”, desabafou Madonna, com uma pitada de exagero.
“Não há passeios fáceis para mim. Acho que deveria ser grato. Isso me força a pensar fora da caixa (…) Passar tempo com meus amigos criativos foi o combustível que eu precisava para continuar. Todos concordamos que precisamos ser ainda mais destemidos. Arte é sinônimo de Sobrevivência. Não podemos encolher e nos tornar menores. Se você quer algo muito na vida — o universo inteiro irá conspirar para o inferno, mas você consegue. Devo transformar a história da minha vida em uma série ou um longa-metragem?”, especulou a intérprete de “Live To Tell”.
O que se sabe sobre Who’s That Girl?
De acordo com o quebra-cabeças de informações que circulam pela web, Who’s That Girl? – título que remete à comédia estrelada por Madonna em 1987, com o título de Quem é Essa Garota? no Brasil – começou a ser rascunhado há quatro anos pelo roteirista do filme indie Juno, Diablo Cody.
O trabalho de Cody acabou interrompido, com a entrada de Erin Cressida Wilson, chamada para dividir a função de escrever o script final com a própria Madonna. Por fim, Erin abandonou o barco, deixando a sua chefe como única roteirista da cinebio, que teria Julia Garner (a nova “Surfista Prateada”) como sua intérprete.
Em um momento ruim para a cultura woke nos Estados Unidos, talvez um dos empecilhos observados pelo Universal Studios tenha sido o resumo da história entregue aos executivos:
“A história de luta e sobrevivência de uma mulher em um mundo machista…um conto louco e feliz”...