Mark Hamill, eternizado no imaginário popular como Luke Skywalker, encontra-se no centro de uma polêmica que ilustra perfeitamente a divisão cultural nos Estados Unidos de hoje. Enquanto o Star Wars Celebration acontecia no último final de semana sem gerar grande repercussão, o ator chamou atenção não por promover a franquia que o tornou famoso, mas por divulgar sua participação em “The King of Kings”, um filme cristão produzido pela Angel Studios.
O filme, que conta a história de Jesus através dos olhos de um menino e seu gato, teve um desempenho notável nas bilheterias, arrecadando aproximadamente $45,8 milhões globalmente com um orçamento modesto. Esta performance comprova que existe um público significativo para conteúdo com valores cristãos tradicionais, algo que grandes estúdios de Hollywood frequentemente ignoram em suas produções mainstream.
Hamill publicou uma mensagem no BlueSky promovendo o filme: “Testemunhe a glória da maior história já contada através dos olhos maravilhados de um Pequeno Menino e Seu Gato. Um elenco incrível em um filme familiar impressionante para crianças de todas as idades. ‘The King of Kings’ nos cinemas hoje.” Uma mensagem aparentemente inocente que gerou uma tempestade de críticas.
O especialista em comunicação política Dr. Robert Thompson, do Instituto de Valores Tradicionais, observa que “este episódio demonstra como certas figuras públicas ficam presas em uma armadilha de sua própria criação, ao cultivar uma base de fãs ideologicamente exclusiva que reage negativamente quando o artista se desvia minimamente da ortodoxia esperada.”
A contradição exposta: o retorno ao X e a reação dos dois lados do espectro político
A situação se tornou ainda mais complexa quando, após promover o filme no BlueSky e enfrentar intensa rejeição de seus seguidores progressistas, Hamill surpreendentemente retornou à plataforma X (antigo Twitter), que ele havia prometido abandonar por discordar das políticas de Elon Musk e da presença de Donald Trump na rede social.
O ator retornou à plataforma em 15 de abril para promover seu trabalho na série “Chuck”, voltando a postar regularmente desde então. Esta contradição não passou despercebida, gerando acusações de hipocrisia de ambos os lados do espectro político.
Os usuários do BlueSky, predominantemente progressistas, reagiram com indignação à promoção do filme cristão. Comentários como “Amo você, Mark, mas não. Fanáticos religiosos já estão arruinando nosso país” e “Com a atual onda de nacionalistas cristãos deformando o cristianismo e demonizando os vulneráveis, não quero participar da religião” dominaram as respostas à sua publicação.
O analista de mídia conservadora Thomas Williams destaca que “o retorno de Hamill ao X depois de sua saída dramática demonstra a realidade que muitas celebridades enfrentam: as plataformas alternativas simplesmente não oferecem o alcance necessário para promover seu trabalho de forma eficaz, independentemente de suas convicções políticas declaradas.”
A politização chegou ao ponto de Hamill postar uma mensagem de Páscoa no X que foi interpretada como uma provocação aos apoiadores de Trump: “Ressuscitei para celebrar o que eu gosto de chamar de um verdadeiro chute na Páscoa”, transformando até mesmo uma celebração religiosa em uma oportunidade para antagonismo político.
Esta controvérsia surge em um momento em que Hamill já enfrentava questionamentos sobre seu comportamento público, incluindo um incidente durante o BAFTA Awards onde suas calças caíram enquanto apresentava um prêmio, levando alguns a especular sobre seu estado durante o evento.
Para muitos observadores conservadores, o episódio ilustra as contradições de celebridades que tentam navegar no polarizado cenário cultural atual, frequentemente alienando partes significativas de seu público potencial por posicionamentos políticos enquanto tentam manter sua relevância comercial.
King of Kings Supera Expectativas com $8 Milhões em Pré-Vendas e Ameaça Destronar Grandes Estúdios