A Marvel Descobriu a Fórmula Perfeita: Transformar Vilões em Terapia de Grupo

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Abri meu navegador esta manhã e me deparei com mais uma pérola do jornalismo geek contemporâneo: um artigo explicando por que devemos “amar” o Doutor Destino em determinados momentos. É como se Hannibal Lecter merecesse nosso carinho por temperar bem seus pratos.

A obsessão moderna em humanizar vilões atingiu níveis patológicos. Não basta mais ter antagonistas competentes; agora precisamos de dissertações explicando suas “nuances morais”. O Doutor Destino — ditador, assassino em massa e narcisista patológico — virou protagonista de um exercício de relativismo moral digno de um seminário de pós-graduação em Berkeley.

O artigo celebra quando Destino “salva o multiverso”. Claro, depois de conquistá-lo e governá-lo com punho de ferro. É como agradecer a Stalin por acabar com o desemprego na União Soviética — tecnicamente verdadeiro, moralmente grotesco.

Mais revelador ainda é o tom reverencial ao descrever como ele “libertou” a Latvéria. Libertou? O homem transformou uma nação inteira em seu playground pessoal. Mas no universo Marvel pós-2015, ditadura é apenas “liderança firme com características latinas”.

O que realmente expõe a decadência criativa é a necessidade compulsiva de transformar cada personagem em um estudo de caso psicológico. Destino não pode ser simplesmente malvado; ele precisa ter “camadas”, “complexidade”, uma mãe no inferno para resgatar. É a marvelização da vilania — todos são incompreendidos esperando sua chance de redenção.

Essa tendência reflete perfeitamente o estado atual da indústria: incapaz de criar novos heróis convincentes, dedica-se a desconstruir seus vilões clássicos. É mais fácil pegar um tirano estabelecido e adicionar “nuance” do que criar personagens genuinamente complexos desde o início.

O resultado? Universos narrativos onde a distinção entre bem e mal é tão nebulosa quanto a visão de um executivo da Disney após o quinto martíni. Heróis são “problemáticos”, vilões são “incompreendidos”, e o público fica se perguntando por que diabos deveria se importar com qualquer um deles.

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A verdade inconveniente é que vilões eficazes não precisam de nossa simpatia. Darth Vader funcionava perfeitamente antes de conhecermos seu passado trágico. O Coringa não precisa de uma origem comovente. E Destino certamente não precisa de um artigo listando suas “qualidades redentoras”.

Mas aqui estamos, em 2025, catalogando as virtudes de déspotas fictícios enquanto o MCU afunda em sua própria ambiguidade moral. Talvez o verdadeiro vilão seja quem decidiu que antagonistas não podem mais ser simplesmente… antagonistas.

Quando Robert Downey Jr. assumir o manto metálico de Destino, preparem-se para mais ginástica mental explicando por que o tirano genocida é, na verdade, o verdadeiro herói da história. Afinal, em um universo onde todos merecem redenção, ninguém precisa de salvação.

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