Você realmente sabe tudo sobre o astro?
Mel Gibson é um gênio – e uma figura rara em atividade no cinema. Mas também é um dos players mais polêmicos de Hollywood. Hollywood, esta aliás, que sempre buscou um motivo para cancelar seus projetos – marca registrada de sua carreira pós-Paixão de Cristo. Vale lembrar que, segundo o próprio ator,, após lançar o filme que mais escancarou a tortura e a violência contra Cristo em 2004, até mesmo “seus direitos como cidadão americano” foram violados.
O tempo passou e Gibson não mudou – ao menos, em suas convicções. Melhor: seu conservadorismo ganhou ainda mais corpo, a ponto de aceitar o cargo de embaixador cultural de Donald Trump na indústria cinematográfica. Ele terá a missão de atrair mais produções para o solo americano e recuperar o terreno perdido ao longo dos anos de agenda woke.
Enquanto isso não acontece, que tal mergulhar na vida e carreira do mito Mel Gibson para saber ainda mais sobre seus anos de glória e novos projetos?
A quase-morte em Coração Valente
Rodar Coração Valente – filme que valeu a Mel Gibson o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor na premiação do ano seguinte, em 1996, não só o consagrou como cineasta completo. Trabalhar quase 24 horas por dia em meados de 1994 no Reino Unido, em meio à chuva, frio e lama, levou Gibson a diversos ataques de nervos e quase o levou à morte. Sim. Durante uma das cenas de batalha na Irlanda, um dos dublês que montavam a cavalo o acertou em cheio, em meio ao combate. Sim, o acidente quase encurta a vida de Mel Gibson no auge de sua carreira.
Raios e trovões em A Paixão de Cristo
O épico cristão que transformou a vida e a carreira de Mel Gibson (e do protagonista, Jim Caviezel) foi cercado de acontecimentos estranhos. Ou por que não, sobrenaturais. Caviezel, por exemplo, além de deslocar seu ombro nas filmagens quando carregava a cruz do Salvador, conta que um raio caiu perto da locação no último dia de filmagem. O incidente não impediu que A Paixão de Cristo continuasse a ser rodado, levando o longa de 2004 a atingir uma bilheteria de US$ 622 milhões – a maior para um filme com classificação adulta até 2019.
Alcoolismo – uma guerra pessoal
Nem Mad Max, nem Máquina Mortífera. As principais lutas travadas por Mel Gibson estão em outro patamar: a desafiadora batalha contra o alcoolismo. Recentemente, o ator e diretor voltou a mencionar sua participação como membro dos Alcoólatras Anônimos.
“Sou membro do programa “12 passos” do AA, e alcancei a sobriedade assim. Tenho 10 anos de sobriedade no currículo.
“Tive outros períodos antes disso, como oito anos uma vez – queda, quatro anos, é assim o caminho: como passar através de uma porta giratória”, revelou.
John Wayne e Clint Eastwood em Máquina Mortífera
Os quatro filmes da franquia Máquina Mortífera trazem consigo um rico legado. As produções são atemporais, a ponto de que o quinto longa ainda poderá ser cogitado, caso algum estúdio abrace a causa de Mel Gibson – uma das figuras mais canceladas de Hollywood, como já dissemos.
Enquanto isso, vale mencionar aqui algumas curiosidades sobre a quadrilogia.Os dois primeiros, lançados em 1987 e 1989, respectivamente, tiveram como fontes de inspiração os filmes de outra franquia de sucesso: Dirty Harry, estrelada por Clint Eastwood. Outro gigante do cinema que influenciou Máquina Mortífera foi John Wayne. “Me inspirei nos longas de Wayne, os westerns à moda antiga”, relembrou o saudoso diretor Richard Donner.
Para dar mais veracidade às cenas, os atores praticaram artes-marciais diversas. Entre elas, Taekwondo e Jiu-Jitsu.
O Patriota – e o cachê recorde para 2000
Lançado em 2000, O Patriota não é um dos filmes mais mencionados na carreira de Mel Gibson. Ainda assim, o ator recebeu (a então soma recorde de) US$ 25 milhões para interpretar Benjamin Martin durante a Guerra Revolucionária Americana (1775-1783), consolidada com a declaração de independência – e criação dos Estados Unidos da América em 4 de julho de 1776. O que poucos sabem é que o longa (baseado em fatos, mas com algumas liberdades criativas) deveria ser estrelado por Harrison Ford – a primeira escolha do diretor Roland Emmerich.
Teoria da Conspiração e os “fatos secretos”
Talvez a mais “obscura” colaboração entre Mel Gibson e Richard Donner – diretor da franquia Máquina Mortífera – seja Teoria da Conspiração. Julia Roberts é a principal coadjuvante da trama lançada em 1997 que envolve o taxista Jerry Fletcher(Gibson) – um colecionador de jornais, revistas, livros e gravações relacionados a “supostas” atividades da CIA (a agência de Inteligência norte-americana) nos EUA e no mundo.
Os produtores do filme tiveram o zelo de inserir elementos reais no roteiro. Entre eles, dados sobre o programa MK-Ultra que reúne mais de 20 mil documentos contendo informações sobre investigações da CIA através dos tempos. O sigilo sobre os papéis foi quebrado durante a administração do presidente Jimmy Carter em 1977 através de uma lei de transparência. O material (antes confidencial) pode ser acessado nesta página do governo norte-americano.
Mel x Winona – a troca de farpas
Famoso por sua sinceridade e opiniões diretas sobre assuntos considerados proibidos – principalmente na sociedade tomada pela agenda woke – Mel Gibson já enfrentou problemas com alguns colegas de profissão. Entre eles, uma das principais atrizes da década de 1980, Winona Ryder.
Em entrevista concedida à revista GQ, Winona afirmou que não gostou de ter ouvido piadas homofóbicas e antissemitas contadas por Gibson em uma festa.
“Eu me lembro, tipo, 15 anos atrás, eu estava em uma dessas grandes festas de Hollywood. E ele (Mel) estava muito bêbado. Eu estava com meu amigo, que é gay. Ele fez uma piada gay horrível e fez um trocadilho que não entendi sobre eu ser judia. Aí passei a dizer para as pessoas que ele era homofóbico e antissemita. As pessoas simplesmente não acreditaram em mim”, contou a estrela de Stranger Things.
Uma década mais tarde, Winona Ryder ressuscitou a história, mas foi rebatida imediatamente por um porta-voz de Gibson.
“Ela mentiu sobre isso há mais de uma década, quando falou com a imprensa, e está mentindo sobre isso agora. Além disso, ela mentiu sobre ele tentar se desculpar com ela naquela época. Ele entrou em contato com ela, muitos anos atrás, para confrontá-la sobre suas mentiras e ela se recusou a falar sobre isso com ele”, afirmou o assessor.
A rebatida de Mel Gibson não ficou sem resposta:
“Acredito em redenção e perdão e espero que o Sr. Gibson tenha encontrado uma maneira saudável de lidar com seus demônios – mas eu não sou um deles. Por volta de 1996, meu amigo Kevyn Aucoin e eu fomos os receptores de suas palavras de ódio”, garantiu Winona.
Gibson investe no “Cerco de Malta”
Após atuar em produções menores (e muitas delas, fraquíssimas), Mel Gibson retomou o gosto pelos épicos. Enquanto procurava locações na Europa para rodar A Paixão de Cristo – Ressurreição – o cineasta revelou que já está desenvolvendo uma série sobre outro evento histórico destinado ao streaming.
“Estou trabalhando em uma série de TV sobre o Cerco de Malta, que é uma história incrível. Só há um lugar para filmar – quero dizer, exatamente Malta – porque foi lá que aconteceu”, declarou Gibson.
“Os Cavaleiros defenderam Malta contra o ataque do Império Turco – e essa é uma história muito louca e ótima”, acrescentou.
O sucesso em Sinais
Lançado em agosto de 2002, a ficção Sinais compõe o trio de filmes de maior sucesso comercial de M. Night Shyamalan, sendo Sexto Sentido e Corpo Fechado os demais integrantes da lista. A produção combina, de forma genial, a relação do subconsciente humano e o medo de uma invasão alienígena, relacionado com a fé cristã e eventos históricos. O principal deles, vale a lembrança, foi os ainda recentes ataques terroristas de 11 de setembro.
Shyamalan conseguiu esconder de Gibson até o final das gravações que ele seria o responsável pelo trágico acidente de sua esposa no filme. A cena é inserida como trechos de flashback, de ponta-a-ponta, funcionando como uma espinha dorsal do roteiro.
Trump – e a reação extremada dos progressistas
Em janeiro deste ano, Donald Trump convidou Mel Gibson, Jon Voight e Sylvester Stallone para atuarem como “embaixadores” de seu governo em Hollywood. A missão dada pelo então presidente eleito para seu segundo mandato não foi nada fácil: resgatar a era dourada do cinema norte-americano.
Alguns dias mais tarde, quando a Califórnia ardia em chamas em uma das maiores queimadas da história do estado – Mel Gibson comemorou a intervenção de Trump com seu jeito desbocado.
“Ainda bem que papai Trump chegou aqui para sacar o seu cinto e resolver”.
A declaração politicamente incorreta foi tratada como “violenta”, “esquisita” e “bizarra” pela mídia nas redes sociais, lançando Mel Gibson em mais uma polêmica em seus mais de 50 anos de estreada.