Em uma recente entrevista, a icônica atriz dos anos 80, Molly Ringwald, defendeu que qualquer potencial remake de filmes como ‘Clube dos Cinco’, ‘A Garota de Rosa-Shocking’ ou ‘Gatinhas e Gatões’ precisaria ter um elenco “mais diverso” para realmente “representar o que é ser um adolescente em uma escola na América hoje”.
A Necessidade de Mudança:
Ringwald, que recebeu o Prêmio Creative Vanguard da Variety no Festival de Cinema de Miami de 2024, foi questionada sobre a possibilidade de refazer a trilogia de filmes coming-of-age dirigidos por John Hughes. Ela afirmou: “Os filmes pelos quais sou tão conhecida eram muito daquela época, sabe? E acho que se fossem refeitos agora, teriam que ser muito mais diversos. Não dá para fazer um filme tão branco assim hoje em dia, [risos]”.
A atriz reconheceu que esses filmes eram “realmente, muito brancos” e que eles “não representam realmente o que é ser um adolescente em uma escola na América hoje”. No entanto, ela também elogiou os filmes, dizendo que “eles eram realmente ótimos, representavam aquela época e a experiência de Hughes”.
Uma Reflexão Anterior:
Essa não é a primeira vez que Ringwald aborda a falta de diversidade superficial em sua filmografia dirigida por Hughes. Em uma reflexão escrita para a The New Yorker em 2018, ela lembrou que, apesar desses filmes não apresentarem um elenco considerado ‘diverso’ pelos críticos contemporâneos, ela constantemente ouvia de várias pessoas não-brancas e não-heterossexuais sobre o quanto elas se identificavam com os filmes graças à mensagem de ‘excluídos’.
Ringwald compartilhou a história de Emil Wilbekin, um amigo gay e afro-americano que a abordou em uma festa para dizer que ‘Clube dos Cinco’ salvou sua vida. Wilbekin explicou que o filme mostrou a ele, um garoto crescendo em Cincinnati nos anos 80, “que havia outras pessoas como eu lutando com suas identidades, se sentindo deslocadas nas construções sociais do ensino médio e lidando com os desafios dos ideais e pressões familiares”.
Representatividade vs. Universalidade:
Wilbekin destacou que a falta de diversidade não o incomodava “porque os personagens e enredos eram tão lindamente humanos, perfeitamente imperfeitos e falhos”. Ele assistiu aos filmes no ensino médio e, embora ainda não tivesse se assumido, tinha uma boa ideia de que era gay.
As observações de Ringwald levantam questões interessantes sobre a evolução das representações no cinema. Embora os filmes de Hughes possam ser considerados problemáticos por alguns padrões atuais, eles ainda ressoaram profundamente com públicos diversos graças aos seus temas universais. Conforme Hollywood avança, o desafio será encontrar um equilíbrio entre maior representação e narrativas que transcendam barreiras.
Será fascinante ver como potenciais remakes desses clássicos atemporais abordarão essas questões. Uma coisa é certa: Molly Ringwald continuará sendo uma voz poderosa na conversa.
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