Ao defender as alterações raciais na adaptação animada de Invincible, o co-criador Robert Kirkman expôs um problema recorrente em Hollywood: a obsessão pela diversidade a qualquer custo. Kirkman chegou a admitir que a preocupação com representatividade guiou as mudanças na 2a temporada.
Transformar personagens brancos em negros ou asiáticos parece ter virado um exercício automático para agradar a militância nas redes sociais. Não importa se a obra original era diferente ou se a mudança não faz sentido narrativo. O politicamente correto deve ser servido.
Em nome de uma representatividade vazia e superficial, a indústria audiovisual está cada vez mais disposta a decepcionar fãs antigos, que esperam um mínimo de fidelidade ao material adaptado. É uma arrogância desnecessária.
Ao invés de forçar mudanças em obras estabelecidas, deveriam investir em novos personagens e histórias que contemplem a diversidade de forma orgânica. Mas claro, isso exigiria criatividade, um recurso em falta atualmente.
É mais fácil parasitar uma obra de sucesso e subvertê-la. Assim, lucram em cima da popularidade conquistada pelo trabalho alheio, ao mesmo tempo em que servem à agenda ideológica da hora. Uma pena que a qualidade das obras seja sacrificada nesse processo.