O investidor Nelson Peltz, sócio fundador da Trian Fund Management, explicou suas táticas para reestruturar companhias em declínio. Peltz travou recentemente uma batalha contra a Walt Disney Company e planeja assumir diversos assentos no conselho.
Diagnóstico dos problemas e plano de ação
Em janeiro, a Trian indicou Peltz para uma vaga no conselho da Disney, apontando queda no preço das ações, desempenho abaixo do S&P 500 e deterioração dos resultados. Após a Disney anunciar medidas de reestruturação, a Trian recuou da disputa em fevereiro.
Porém, segundo a CNBC, Peltz prepara nova ofensiva proxy e a Trian elevou sua participação na Disney para mais de 30 milhões de ações. A gestora agora quer mais cadeiras no conselho.
Experiência na reestruturação de gigantes
Em entrevista ao Bloomberg Wealth, Peltz detalhou sua abordagem. Ele busca companhias icônicas em dificuldades e que “perderam seu caminho”. O investidor faz um diagnóstico, prepara um plano de ação e se reúne com a diretoria.
Caso sua proposta seja rejeitada, torna o plano público para pressionar. No conselho, atua nos bastidores, com foco na execução da estratégia.
Recuperação por meio de investimentos de longo prazo
Um caso de sucesso foi a P&G, cuja ação ficou estagnada por 10 anos. Peltz propôs mudanças na estrutura organizacional, enfrentou disputa proxy e conseguiu cadeira no conselho.
Na Heinz, aumentou os investimentos em marketing de 1,5% para 5% das vendas, revertendo a estagnação. Não busca cortes ou alavancagem, e sim impulsionar receitas sustentáveis.
Disney precisa resgatar sua essência
Peltz deverá cobrar da Disney investimentos em franchises icônicas e em sua essência criativa, sem se render à agenda política ou a modismos. Sua experiência poderá ajudar a companhia a superar este momento delicado e voltar a encantar o público, desde que haja humildade em ouvir.
