As recentes acusações de assédio sexual e má conduta contra o youtuber Russell Brand geraram polêmica e discussões acaloradas. Brand, conhecido por seu canal no YouTube em que critica a mídia tradicional, foi acusado por várias mulheres de abusos que teriam acontecido há mais de 10 ou 15 anos. As alegações vieram à tona em reportagens do Channel 4, Sunday Times e outros veículos britânicos.
Apesar da gravidade das acusações, há diversos aspectos que levantam dúvidas sobre a veracidade e as evidências apresentadas. Primeiro, nenhuma das supostas vítimas registrou queixa na polícia sobre os casos. As acusações foram feitas diretamente à imprensa. Além disso, a maioria das mulheres não se identificou, utilizando nomes falsos como “Alice” e “Phoebe”. Apenas uma, Jordan Martin, falou abertamente.
Outro ponto frágil é que os episódios teriam acontecido há mais de uma década. Sem exames, gravações ou outras provas, fica difícil comprovar os casos de forma conclusiva depois de tanto tempo. As acusações surgiram justamente quando Russell Brand atingiu grande popularidade com seu canal, levantando suspeitas sobre as motivações.
Por outro lado, é preciso levar em conta o contexto de assédio sistêmico em Hollywood. Muitas vezes, as vítimas só criam coragem de denunciar anos depois. Além disso, a ausência de queixas na polícia não significa, necessariamente, que os crimes não ocorreram. Ainda assim, sem provas materiais, o caso se baseia unicamente nos testemunhos das supostas vítimas.
Diante do impasse, a saída é analisar as acusações com imparcialidade. Russell Brand merece o benefício da dúvida antes que sejam apresentadas provas mais contundentes. Por outro lado, desqualificar de imediato as denúncias das mulheres também seria um equívoco. O ideal é que mais investigação seja feita pelas autoridades competentes para que os fatos sejam apurados.
Num Estado democrático, ninguém pode ser condenado apenas com base em alegações na mídia. Por mais sérias que sejam as acusações, elas precisam ser comprovadas antes que qualquer punição seja aplicada. Esse é o único caminho para se fazer justiça de forma responsável. Portanto, é preciso cautela e imparcialidade de todos os lados até que se esclareça, de fato, o que ocorreu.
Russell Brand acusado de estupro, agressão sexual e abuso emocional
