Os Oscars 2024: Uma Hollywood humilde e cautelosa em meio a tempos difíceis

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Os Academy Awards, outrora o ápice da celebração de Hollywood, tornaram-se um espetáculo cada vez mais irrelevante e desconectado do público nos últimos anos. Com a indústria enfrentando uma série de desafios, desde greves até fracassos de bilheteria e a implosão do lucrativo gênero de super-heróis, a cerimônia deste ano ofereceu uma visão reveladora de como Hollywood está lidando com esses tempos turbulentos.

Momentos bizarros e constrangedores

A noite não foi isenta de situações estranhas e embaraçosas. John Cena apresentando uma categoria seminu pareceu mais um trote de fraternidade universitária do que um evento de prestígio. Al Pacino, claramente confuso, tropeçou em seu discurso de melhor filme, um triste lembrete de que até mesmo lendas podem ficar obsoletas. Pelo menos Michael Keaton e Danny DeVito proporcionaram um momento agradável de nostalgia.

Piadas sobre Madame Web e a ascensão de Ken

Nem mesmo os astros de Hollywood conseguiram resistir a zombar do desastre anunciado que é Madame Web, com um segmento de “grandes citações de filmes” incluindo uma alfinetada no projeto. Enquanto isso, a performance musical de Ryan Gosling parece ter sido a admissão tardia da indústria de que Ken foi a verdadeira estrela de Barbie, apesar das tentativas do filme de menosprezá-lo.

Oppenheimer triunfa em uma disputa previsível

Na disputa pelos principais prêmios, Oppenheimer emergiu como o grande vencedor, levando sete estatuetas, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator. Embora seja uma escolha segura e previsível, o sucesso do filme é um reflexo de como Hollywood está se adaptando aos novos tempos. Killers of the Flower Moon, com seu elenco estelar e temas alinhados com as sensibilidades atuais, e até mesmo Barbie, foram derrotados pelo filme mais convencional e menos partidário de Nolan.

Godzilla e o triunfo da narrativa sobre os efeitos visuais

Uma das surpresas mais agradáveis da noite foi a vitória de Godzilla em Melhores Efeitos Visuais, superando produções hollywoodianas com orçamentos muito maiores. Esse reconhecimento deveria servir de lição para os estúdios: em vez de privilegiar espetáculos visuais rasos, é hora de voltar a focar em boas histórias e personagens bem desenvolvidos.

Uma cerimônia estranhamente contida

O que mais chamou a atenção nos Oscars deste ano foi o quão contida e cautelosa a cerimônia pareceu. Não houve discursos políticos inflamados, excessos extravagantes ou o autoelogio bombástico de anos anteriores. Até mesmo as piadas de Jimmy Kimmel pareciam contidas, como se ele estivesse com medo de ofender alguém. Foi como observar uma indústria abalada e humilhada, tentando evitar chamar atenção para si mesma enquanto se recupera de um período tumultuado.

Um sinal de mudança nos ventos de Hollywood?

Apesar de seus momentos desajeitados e escolhas previsíveis, os Oscars de 2024 podem marcar um ponto de virada para uma Hollywood mais humilde e consciente das realidades do mercado. Depois de anos empurrando narrativas e agendas impopulares goela abaixo do público, a indústria parece estar finalmente percebendo que precisa mudar de rumo para evitar um colapso total.

Embora seja cedo para dizer se essa mudança é genuína ou apenas uma resposta forçada diante da adversidade, uma vitória é uma vitória. Como espectadores, resta-nos observar atentamente os próximos passos de Hollywood e torcer para que esse seja o início de uma nova era de histórias envolventes, personagens cativantes e um respeito renovado pelo seu público. O futuro pode ser incerto, mas uma coisa é certa: a velha Hollywood está morrendo, e cabe a nós decidir o que irá substituí-la.

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