Ewan McGregor pode estar em uma situação chata com os nerdolas depois que saiu na defesa da palhaçada de série do Obi-Wan Kenobi. No entanto, ele também é o diretor responsável por um filme essencial para entendermos a situação da sociedade atual, “Pastoral Americana”!
AVISO: ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS DO FILME “PASTORAL AMERICANA”!
Ambientado nos anos 60, O longa de 2016 é baseado em um livro homônimo de Philip Roth cujo trabalho rendeu-lhe o Pulitzer de 1998 na categoria “Ficção”. O enredo relata a história de Swede Levov, um homem bom que teve êxito profissional e acadêmico formando uma bela família com uma linda esposa (Dawn, interpretado por Jennifer Connelly) e uma linda filha (Merry, interpretada por Dakota Fanning). Levov foi bem-sucedido ao gerenciar de forma sublime uma fábrica de luvas fundada por seu pai. Porém, sua vida é destroçada em níveis inimagináveis quando um parasita se instaura de forma silenciosa dentro de sua casa, a ideologia!
Acompanhamos o crescimento da Filha de Levov, Merry, que sofre de gagueira tendo certa dificuldade de se comunicar, porém ela cresce solitária em meio ao cenário complicado com eventos como a Guerra do Vietnã, o Movimento dos Direitos Civis dos Negros e ascensão do Movimento Hippie acontecendo.
Por conta de seu trabalho, Levov acabou distante de sua família mesmo demonstrando afeto quando possível. Sua filha crescia alheia, e como sabemos, uma jovem desorientada é tudo que o pensamento revolucionário precisa!
Merry se radicaliza na adolescência e frequenta protestos contra a Guerra do Vietnã e acaba desaparecendo após ser suspeita de em um ataque terrorista. Levov passa a procurar por sua filha e tenta dosar seu tempo entre esta tarefa e seu trabalho. Vemos que ele emprega muitos afrodescendentes na sua fábrica, os quais são gratos assim como contrários os atos violentos das vertentes mais radicais do movimento dos direitos civis.
Levov reencontra sua filha um bom tempo depois onde ela revela que era a culpada pela morte de 4 pessoas e que havia sido 3stupr4d4 durante sua fuga. Ela se isolou da sociedade e passou a praticar uma penitência de ascetismo extremo da religião indiana jainista. Agora, mais velha, sua gagueira cessou e ela pede para seu pai a deixar em paz caso realmente a ame.
Levov nunca mais viu sua filha e passou a vagar do lado de fora da casa onde a viu pela última vez. No funeral de Levov, Merry aparece dando a impressão de que havia sido libertada de toda desgraça que ocorrerá em sua vida.
O longa reflete como a família se torna uma instituição frágil diante da instabilidade social. A esposa de Levov acaba se entregando a vaidade e luxúria traindo o marido com o vizinho enquanto a filha do casal, antes uma doce menina, tornava-se uma criminosa e tinha sua vida destruída.
Mesmo sendo um fracasso de bilheteria, “Pastoral Americana” é um filme que levanta a atenção quanto a criação de nossos filhos assim como a atenção com a família, onde uma leve falta de zelo pode gerar consequências catastróficas. E de doer o coração.
“Pastoral Americana” está disponível para aluguel em diversas plataformas.
