A Máquina de Proteção de Hollywood a serviço de Pedro Pascal

Compartilhe:

Pedro Pascal se tornou o queridinho de Hollywood nos últimos anos. Estrela de sucessos como The Last of Us e The Mandalorian, ele representa milhões de dólares em investimentos da Disney e da HBO. Então, quando um vídeo constrangedor dele com Sarah Paulson começou a viralizar por todos os motivos errados, a máquina de relações públicas de Hollywood entrou em ação com uma velocidade que impressionaria até mesmo os observadores mais cínicos da indústria.

O Vídeo Que Ninguém Deveria Ver

O incidente aconteceu na estreia londrina de Evita, em 1º de julho. No tapete vermelho, Pedro Pascal aparece ao lado de Sarah Paulson – supostamente uma amiga de longa data – com o braço firmemente em volta dela, esfregando-o repetidamente para cima e para baixo enquanto sussurra algo em seu ouvido. Paulson permanece visivelmente tensa, sem sorrir, numa postura que muitos interpretaram como desconforto.

O clipe de poucos segundos foi suficiente para gerar uma onda de críticas nas redes sociais. “Ela parece absolutamente apavorada”, comentou o YouTuber Valliant Renegade. Outros foram ainda mais diretos: “O homem é um pesadelo ambulante de RH”, escreveu o canal Force of Light Entertainment. A comparação com John Lasseter, ex-executivo da Pixar que foi afastado por “abraços inadequados”, não tardou a aparecer.

A Resposta Relâmpago da Vanity Fair

Aqui é onde a história fica realmente interessante. Menos de 24 horas após o vídeo ganhar tração online, a Vanity Fair – uma das publicações mais influentes de Hollywood – publicou um artigo perfeitamente cronometrado intitulado “A Bela Amizade de Sarah Paulson e Pedro Pascal: Uma Linha do Tempo”.

O timing não poderia ser mais conveniente. O artigo, datado de 2 de julho, retrata meticulosamente o relacionamento da dupla como “um vínculo sincero de décadas”, repleto de anedotas nostálgicas sobre noites de cinema e apoio mútuo. Curiosamente, o texto não menciona uma única vez o vídeo viral que havia justamente motivado toda a controvérsia.

Em vez disso, a Vanity Fair escolheu romantizar seus “momentos compartilhados no tapete vermelho”, descrevendo o “afeto físico entre os dois como comum e benigno”. Para observadores menos ingênuos, isso soou menos como jornalismo e mais como controle de danos profissional.

O Padrão se Repete

O mais revelador é que este não é um incidente isolado. Nos últimos meses, circularam diversos vídeos de Pedro Pascal em interações questionáveis com co-estrelas femininas. E em cada ocasião, a mídia mainstream rapidamente enquadrou esses momentos como “cativantes” ou “saudáveis”, redirecionando a narrativa de volta ao seu suposto “charme” e “vulnerabilidade”.

É um padrão que se repete com precisão cirúrgica: momento constrangedor vaza, críticas surgem nas redes sociais, e quase imediatamente artigos “espontâneos” aparecem em publicações importantes pintando uma imagem completamente diferente da situação.

A Proteção da Estrela Bilionária

Por que toda essa proteção? A resposta é simples: dinheiro. Pedro Pascal não é apenas um ator; ele é uma marca que vale milhões para a Disney e a HBO. The Mandalorian ajudou a estabelecer o Disney+ como um player sério no streaming, enquanto The Last of Us se tornou uma das séries mais assistidas da HBO.

Quando você tem tanto capital investido em uma pessoa, cada escândalo se torna uma ameaça existencial aos lucros. A máquina de relações públicas de Hollywood não existe para proteger a verdade; existe para proteger investimentos.

A Era da Narrativa Controlada

O caso Pedro Pascal é sintomático de um problema maior na mídia de entretenimento contemporânea. Vivemos numa era onde grandes publicações funcionam essencialmente como departamentos de relações públicas não oficiais para os estúdios que dependem de acesso exclusivo e receita publicitária.

Quando a Vanity Fair publica um artigo defensivo menos de 24 horas após uma controvérsia, não estamos vendo jornalismo – estamos vendo gestão de crise. O problema é que essa prática corrói a credibilidade de toda a imprensa especializada, criando um ambiente onde o público naturalmente se torna cético de qualquer cobertura “positiva” sobre figuras controversas.

As Consequências da Proteção Excessiva

Ironicamente, toda essa proteção midiática pode estar causando mais danos do que benefícios. Cada artigo “espontâneo” defendendo Pedro Pascal apenas reforça a percepção de que existe uma coordenação deliberada para protegê-lo. Para um público cada vez mais cético das grandes mídias, essa transparente manipulação narrativa se torna mais uma evidência de que “eles” estão tentando nos convencer de algo.

O resultado é um ciclo vicioso: quanto mais a mídia tenta controlar a narrativa, mais desconfiado o público se torna. E quanto mais desconfiado o público fica, mais desesperadamente a mídia tenta controlar a situação.

A Lição Não Aprendida

Hollywood ainda não entendeu uma lição fundamental da era digital: você não pode mais controlar narrativas como controlava na era dos três grandes networks. Quando vídeos virais contradizem artigos cuidadosamente editados, o público escolhe acreditar em seus próprios olhos.

O caso Pedro Pascal é um estudo perfeito de como a velha máquina de proteção de estrelas está falhando na era das redes sociais. Cada tentativa de “esclarecer” ou “contextualizar” apenas adiciona mais combustível ao fogo da desconfiança pública.

No final, a verdade tem uma forma irritante de emergir, não importa quantos artigos da Vanity Fair sejam publicados para enterrá-la.

Pedro Pascal é a escolha da Marvel para viver Reed Richard no filme do Quarteto ou o Galactus

Publicidade
Publicidade