Os filmes baseados em videogames têm um histórico particularmente problemático em Hollywood, com um número desproporcional de produções desastrosas. O infame “Super Mario Bros.” de 1993 se tornou símbolo dessa incompetência, transformando o colorido Reino dos Cogumelos em uma distopia urbana sombria onde Bob Hoskins e John Leguizamo precisavam de dispositivos especiais até para pular. Igualmente lamentável foi “Double Dragon” (1994), que tentou criar uma versão pós-apocalíptica de Los Angeles com orçamento e efeitos tão precários que o tornaram praticamente impossível de assistir. Enquanto “Mortal Kombat” (1995) conseguiu algum sucesso, sua sequência “Mortal Kombat: A Aniquilação” (1997) jogou tudo pela janela com efeitos especiais horríveis e uma narrativa incompreensível. O período também viu o desastre de “Wing Commander” (1999), que trocou Mark Hamill por Freddie Prinze Jr. e transformou uma adorada série de jogos espaciais em uma coleção de clichês de ficção científica de baixo orçamento.
A ERA UWE BOLL E AS NOVAS DECEPÇÕES: QUANDO NÃO SE APRENDE COM OS ERROS
Nenhuma discussão sobre filmes ruins baseados em videogames estaria completa sem mencionar Uwe Boll, diretor que se especializou no gênero no início dos anos 2000. Seu primeiro grande fracasso foi “House of the Dead” (2003), seguido pelo ainda pior “Alone in the Dark” (2005) – frequentemente citado como um dos piores filmes já feitos. Boll continuou sua trilha de destruição com “BloodRayne” (2005) e “Postal” (2007), cada um mais terrível que o anterior. Mesmo produções com grande potencial como “Max Payne” (2008) com Mark Wahlberg e “Street Fighter: A Lenda de Chun-Li” (2009) não conseguiram escapar da maldição. Anos mais tarde, sequências como “Silent Hill: Revelation” (2012) e o reboot “Hitman: Agent 47” (2015) demonstraram que Hollywood continuava cometendo os mesmos erros. Mais recentemente, até diretores estabelecidos como Paul W.S. Anderson (“Monster Hunter”, 2020) e Eli Roth (“Borderlands”, 2024) entregaram adaptações decepcionantes, com esta última sendo especialmente frustrante por desperdiçar talentos como Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis em uma tentativa fracassada de replicar o sucesso de “Guardiões da Galáxia”.
Batman “morto” renasce em “Vigilante” fora do DC, dirigido por Uwe Boll