Polêmica em Branca de Neve: Atores anões criticam estúdio Disney

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A Disney se vê novamente no centro de uma acalorada controvérsia: seu vindouro remake de Branca de Neve está sendo duramente criticado, desta vez pela categoria de atores anões que se sentem excluídos. Tudo começou quando a empresa decidiu substituir as icônicas figuras dos Sete Anões por versões geradas por computador (CGI), cortando as oportunidades de emprego para atores pequenos de carne e osso.

A repercussão não demorou a surgir. De acordo com o The Hollywood Reporter, a Disney teria mudado de rumo em resposta a críticas anteriores, mas, em seguida, editou a matéria para alegar que a ideia de usar anões digitais “sempre foi o plano”. Para muitos, isso levanta sérias suspeitas sobre a influência do estúdio na forma como a mídia retrata suas decisões — algo que, em pleno domínio da cultura “woke”, não chega a surpreender.

Atores anões protestam contra substituição por CGI

Ali Chapman, que participou de Little Women: LA, criticou abertamente a Disney por ignorar profissionais pequenos em um filme que, por natureza, deveria lhes dar destaque. “É um filme que deve ter anões reais”, disse ela ao TMZ. “Em vez disso, a Disney escolheu CGI para substituir atores e atrizes que são pessoas pequenas e muito talentosas.” Seu marido, o ator Matt McCarthy, foi mais direto ainda: “São sete papéis ali, sete pessoas pequenas que poderiam ter preenchido esses papéis. Fomos deixados de lado.”

Ali Chapman

A questão colocada por Chapman e McCarthy, além da falta de oportunidade de emprego, também expõe a contradição de uma indústria que se diz comprometida com pautas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), mas, na prática, evita oferecer visibilidade a quem mais precisa.

A polêmica não é inédita

Lembremos que a Warner Bros. também enfrentou reclamações quando escalou Hugh Grant, devidamente adaptado via CGI, para interpretar os Oompa Loompas em Wonka. No filme original, A Fantástica Fábrica de Chocolate, esses personagens eram interpretados por atores anões. A revolta agora é similar: Branca de Neve apaga, sem cerimônia, a representação real de pessoas pequenas para atender a uma suposta demanda de “modernização” — decisão que fere tanto a classe artística quanto os fãs.

Origens da controvérsia: Peter Dinklage e o “atraso” da história

A nova polêmica se soma às declarações de Peter Dinklage (Game of Thrones). Em 2022, o ator chamou a trama original de Branca de Neve de “atrasada”, questionando a Disney por manter a história de “sete anões vivendo juntos numa caverna”. As críticas de Dinklage teriam pressionado o estúdio a “diversificar” os personagens, transformando-os em figuras de vários tamanhos e etnias — o que gerou uma enxurrada de reações negativas por parte do público.

Peter Dinklage

Diante de tanta repercussão negativa, a Disney recuou mais uma vez, optando agora pelas tais criaturas CGI. Não deixa de ser irônico que, em vez de se manter fiel ao clássico ou buscar soluções coerentes, a empresa tenha preferido apagar completamente o papel de atores anões — justamente aqueles que a Disney alega querer incluir, se levarmos a sério o discurso politicamente correto.

Hipocrisia sob holofotes

Por trás das cortinas, fica a sensação de que toda essa “preocupação inclusiva” termina onde começa a conveniência corporativa. Há quem aponte que, ao tentar se alinhar aos modismos do momento, a Disney perde a essência que a tornou grande. No caso, Branca de Neve vira símbolo de uma empresa que promove slogans de diversidade, mas toma decisões que prejudicam quem está à margem do mercado de trabalho.

Enquanto isso, a controvérsia só aumenta — e, com ela, a indignação de muitos fãs que gostariam de ver Hollywood abraçar a representatividade real, em vez de acenar para uma cultura “woke” apenas quando convém ao marketing. Nesse cenário, a Disney pode enfrentar não apenas o desapontamento do público, mas o questionamento de até que ponto suas decisões são realmente pautadas por valores ou apenas pelo próprio bolso.

 

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