O presidente da Capcom, Haruhiro Tsujimoto, fez comentários no último final de semana afirmando que os preços dos videogames estão muito baixos atualmente. Ele apontou para o enorme aumento nos custos de desenvolvimento e como os preços dos jogos não acompanharam esse crescimento na mesma proporção. Tsujimoto sugeriu que aumentar o preço dos jogos seria uma “opção saudável” para a indústria.
Foi há apenas um ano que a era dos jogos de US$ 70 realmente começou, com diversos lançamentos “AAA” – como Gotham Knights e God of War Ragnarök – passando a ser vendidos por US$ 10 a mais do que o valor que os jogadores estavam acostumados a pagar. Agora em 2023, cerca da metade dos jogos AAA de grandes estúdios adotaram o novo preço de US$ 70. No entanto, a Capcom é uma das poucas que ainda não aumentou os preços, continuando a vender novos jogos, como Street Fighter 6, por US$ 60 em vez de US$ 70. Mas isso pode estar mudando.
De acordo com relatório da Nikkei em 23 de setembro, Tsujimoto falou na Tokyo Game Show sobre vários tópicos. Ao falar no evento, o presidente da Capcom teria explicado que sentia que o preço dos videogames estava “muito baixo”.
“Os custos de desenvolvimento são cerca de 100 vezes maiores do que durante a era do Famicom, mas os preços dos jogos não aumentaram tanto”, disse Tsujimoto, referindo-se ao console de 8-bit da Nintendo que fez enorme sucesso na década de 1980. “Também há necessidade de aumentar salários. Considerando que os salários estão subindo no setor como um todo, acho que aumentar os preços unitários é uma opção saudável para os negócios”.
Tsujimoto ainda explicou que mesmo uma recessão ou a baixa confiança geral da sociedade nos negócios não deveriam importar quando se trata do preço dos jogos, dizendo que esses fatores têm “pouco a ver com a indústria de games” e que as pessoas ainda compravam jogos mesmo durante a crise do Lehman Brothers em 2008.
“Só porque há recessão não significa que você não vá ao cinema ou a shows do seu artista favorito. Jogos de alta qualidade continuarão vendendo”, disse Tsujimoto.
É provável que os preços dos videogames aumentem, mesmo se os jogadores não gostarem
Não há dúvida de que em 2023 custa muito mais para fazer um jogo do que em 1983. Os games estão maiores e mais complexos do que nunca, exigindo mais pessoas, tempo e recursos para serem criados. Até muitos jogos “menores” ainda são imensamente maiores e mais complexos do que qualquer jogo lançado nas décadas de 1980 e 1990.
Mas os jogos de hoje também estão repletos de requisitos de estar sempre online, lojas de itens cosméticos e “passes de batalha” pagos. Às vezes o argumento é de que essas coisas são necessárias para os estúdios lucrarem e que, se os preços dos jogos fossem aumentados, esses elementos desapareceriam. No entanto, olhando quantos jogos de US$ 70 em 2023 ainda contêm tudo isso, não tenho tanta certeza.
De qualquer forma, a indústria não pode sustentar este ritmo para sempre. À medida que os jogos ficam cada vez maiores, as falhas se tornam mais arriscadas e tentar algo novo fica mais improvável. Algo precisa mudar. E dado a escolha, os estúdios provavelmente aumentarão o preço que você paga por grandes jogos como o próximo Halo ou Grand Theft Auto nos próximos anos, talvez até acima de US$ 70.
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