Em 12 de abril de 2025, o McCormick Place parou quando Anthony Michael Hall, Ally Sheedy, Molly Ringwald, Judd Nelson e, surpreendentemente, Emilio Estevez subiram ao palco do painel “Don’t You Forget About Me”. Era a primeira vez que o elenco completo de “Clube dos 5” dividia holofotes desde a estreia em 1985. A plateia — onde estavam o filho e os netos do roteirista‑diretor John Hughes — levantou‑se em coro, registrou a Variety, chamando o momento de “cápsula do tempo aberta ao vivo”.
Moderado por Josh Horowitz, o bate‑papo mergulhou em memórias de filmagem na antiga Maine North High School, em Des Plaines. Emilio Estevez, famoso por evitar reuniões, admitiu ter recusado convites durante vinte anos, mas “não poderia faltar em Chicago”, local de nascimento do filme. Sua resposta sincera ecoou valores que hoje soam cada vez mais raros: lealdade à obra original e respeito à história.
Ringwald contou que a famosa cena do lanche nasceu de improviso, enquanto Ally Sheedy revelou que o casaco preto de Allison era dela mesma — detalhe que contribuiu para a autenticidade que ainda fascina gerações. O quinteto também recordou os US$ 1 milhão de orçamento (irrisório até para a época) e o cronograma de 15 dias de gravações. Resultado: um filme íntimo, sem afetações ideológicas e que continua lotando auditórios quatro décadas depois.
2. Sem Reboot e Sem “Agenda”: O Clássico Intocável
Perguntados sobre a onda de reboots “politicamente corretos”, todos foram unânimes: não mexam no que está pronto. Para Estevez, “Clube dos 5” é “quadro pintado — não precisa retoque”; Ringwald argumentou que o longa funciona porque lida com diferenças reais sem panfletagem. Anthony Michael Hall acrescentou que a sinceridade do roteiro vale mais do que qualquer atualização “para agradar redes sociais”.
Esse posicionamento encontra eco entre cinéfilos conservadores que defendem a preservação de clássicos contra reinterpretações que reduzem o original a slogans identitários. Em tempos de bilheterias voláteis, o sucesso da C2E2 prova que tradição bem‑cuidada gera retorno sólido — algo que os estúdios deveriam notar antes de arriscar centenas de milhões em refilmagens que o público rejeita.
Ao final, Horowitz tocou “Don’t You (Forget About Me)” no PA, e milhares de fãs ergueram braços em coro. Judd Nelson ergueu o punho, repetindo o gesto final de John Bender, encerrando um sábado que mostrou por que “Clube dos 5” continua sendo lição de empatia sem rótulos — e, quiçá, um lembrete de que a arte fala mais alto quando não se dobra a tendências passageiras.
Molly Ringwald Defende Maior Diversidade em Possíveis Remakes de Clássicos dos Anos 80