Um Início Mágico que Deu Errado
Em 17 de julho de 2025 — exatos 70 anos após a abertura caótica da Disneylândia — a mais recente homenagem da Walt Disney Company ao seu fundador enfrentou sua própria série de contratempos. O novo e controverso show, “Walt Disney – Uma Vida Mágica”, apresentando um boneco audio-animatrônico de última geração do próprio Walt Disney, sofreu múltiplas falhas técnicas em seu dia de estreia.
Vídeos que circularam online capturaram o mau funcionamento do animatrônico no meio da apresentação, levando a interrupções abruptas do show e gemidos da plateia. Este incidente não apenas ecoou a infame abertura do “Domingo Negro” do parque em 1955, mas também reacendeu debates sobre a ética do projeto, particularmente à luz da oposição vocal da própria família de Walt.
“Walt Disney – Uma Vida Mágica” é uma nova apresentação teatral abrigada no histórico Main Street Opera House no Disneyland Park em Anaheim, Califórnia. O show eventualmente alternará com o já existente “Grandes Momentos com o Sr. Lincoln”, outro clássico audio-animatrônico. Nesta produção, uma avançada figura robótica de Walt Disney faz um monólogo montado a partir de clipes de áudio de arquivo do verdadeiro Walt. O animatrônico fica de pé, gesticula e até caminha pelo palco, compartilhando histórias sobre sua vida, Mickey Mouse e a criação da Disneylândia.
Os Imagineiros da Disney enfatizaram que nenhuma IA foi usada para a voz de Walt, confiando em gravações históricas editadas para manter a autenticidade. Anunciado como o audio-animatrônico mais realista já criado, pretendia homenagear o 70º aniversário da Disneylândia, imergindo os visitantes em um encontro “mágico” com o fundador do parque. No entanto, críticas surgiram online desde que as primeiras imagens da figura foram divulgadas, com visitantes alegando que ela se assemelha mais a Mike Lindell, o “Cara do Meu Travesseiro”, do que a Walt Disney.
Falhas Técnicas e Controvérsias Familiares
A estreia desta figura audio-animatrônica de Walt Disney não saiu como planejado. Relatos de visitantes e vídeos online indicam que o show foi interrompido várias vezes ao longo do dia devido a problemas técnicos com o animatrônico. Um clipe particularmente perturbador, amplamente compartilhado nas redes sociais, mostra a figura tentando caminhar para frente depois de se levantar de sua mesa. O movimento para abruptamente, fazendo com que todo o corpo oscile de forma não natural — como um robô com defeito preso em um loop. As luzes do palco diminuem imediatamente, o áudio é cortado e a cortina se fecha enquanto os membros do elenco instruíam os convidados a deixar o teatro. Na filmagem, a boca de Walt continua a se mover silenciosamente, provocando gemidos audíveis da plateia.
Ao meio-dia, o show parecia ter um protocolo de parada de emergência ativado, levando ao seu desligamento temporário após apenas duas horas de operação. O fechamento durou cerca de uma hora e a atração retomou as operações à tarde.
As falhas técnicas do audio-animatrônico de Walt Disney são apenas parte da história. O animatrônico está envolvido em polêmica desde seu anúncio, principalmente devido à oposição da própria família de Walt Disney. Joanna Miller, neta de Walt e filha da falecida Diane Disney Miller, se manifestou abertamente contra o projeto. Em junho de 2025, Miller descreveu a figura como um “vovô robótico” que “desumaniza” seu avô, reduzindo seu legado a uma marionete mecânica. Miller afirmou que sua mãe, Diane — que faleceu em 2013 — há muito se opunha à ideia de transformar Walt em um audio-animatrônico, e na época a empresa Disney respeitou seus desejos. Segundo Miller, assistir às primeiras imagens do animatrônico a fez chorar. Ela teria contatado o CEO da Disney, Bob Iger, diretamente para implorar que o projeto fosse descartado, enfatizando que este show prejudicaria o legado de Walt mais do que o honraria. Iger foi descrito como “muito gentil” durante a conversa, mas, em última análise, os apelos foram ignorados e o show continuou.
A postura de Miller ressoou com alguns fãs e críticos, que argumentam que o animatrônico desrespeita Walt ao colocar palavras em sua boca — literalmente — e não capturar sua essência. Este fiasco do dia de estreia levanta questões sobre o impulso da Disney para a inovação versus a reverência por sua história. Enquanto a empresa pretendia celebrar Walt com tecnologia inovadora, as falhas e a reação da família sugerem um passo em falso. À medida que as comemorações do 70º aniversário da Disneylândia continuam, todos os olhos estarão voltados para saber se o animatrônico pode ser consertado — ou se a controvérsia ofuscará a “magia”. Por enquanto, o show permanece como um lembrete pungente de que mesmo as homenagens mais ambiciosas podem falhar, assim como os próprios primórdios históricos do parque.