Por Claudio Dirani
Produção do Universal Studios é hit de público e crítica
Não que o Oscar tenha ainda taaaanta relevância como no passado, mas a tradicional cerimônia da 97ª edição organizada pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood acontecerá mais cedo no ano que vem: 2 de março, a partir das 18h (horário excepcionalmente 1 hora adiantado em relação a 2024).
Em meio às raras certezas que cercam a hoje a woke indústria cinematográfica, Divertida Mente 2 – um raro lapso de razão da Disney nos últimos tempos – deverá levar com facilidade o prêmio de Melhor Longa de Animação, justificando a sensacional bilheteria global de quase US$ 1.7 bilhão.
O favoritismo da produção – que superou o original de 2015 comercialmente – contudo, pode ter pela frente um azarão. Estamos falando de um dos trend topics do momento, a animação Robô Selvagem – aposta do Universal Studios que estreou no mercado brasileiro em outubro.
Com roteiro baseado na obra homônima do autor Peter Brown, a produção tem sido cotada como candidata à estatueta dourada, embora tenha pela frente o desafio de superar a gigante Disney.
Robô Selvagem: onda de críticas positivas
Embora tenha menos oba-oba que Divertida Mente 2, Robô Selvagem foi executado com muito capricho, além de contar com uma equipe estelar nos bastidores. A direção e o roteiro, por exemplo, são obras de Chris Sanders, famoso pelo aclamado Como Treinar o Seu Dragão.
O elenco das vozes também está em alta: Pedro Pascal – o futuro Sr. Fantástico da Marvel – Lupita Nyong’o (Star Wars: O Despertar da Força e Pantera Negra), Stephanie Hsu (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) e ninguém menos que Mark “Luke Skywalker” Hamill .
A premissa de Robô Selvagem é a seguinte: esta é a história do robô Roz, que vai parar em uma ilha deserta e precisa se adaptar ao ambiente. Tudo é arriscado, até que ele consegue fazer amizades com animais da região, incluindo um filhotinho de ganso órfão.
A temática, digamos, fofinha tem agradado bastante a crítica.
Um dos termômetros mais bem-recebidos pelos cheirosos (quando conveniente) é o Rotten Tomatoes. O site agregador de reviews acumula no momento 216 críticas profissionais, totalizando 98% de aprovação no Tomatômetro.
Já a visão popular, curiosamente, empata com os jornalistas: 98% de análises positivas, contabilizados a partir de mais de 5 mil comentários deixados no site pelos chamados “moviegoers” do mundo.
A imprensa especializada, por exemplo, tem definido Robô Selvagem como “sentimental”, mas com pitadas de humor negro. Assim definiu o crítico do periódico britânico The Observer:
“O roteiro de Robô Selvagem é bastante sentimental, com certeza, mas as inesperadas doses de humor negro do roteiro superam qualquer tendência do filme se tornar algo como uma declaração de autopiedade”, escreveu Wendy Ide.
Por sua vez, Eddie Harrison, do mais alternativo Film Authority, descreveu a animação positivamente desta forma:
“A animação de ficção científica de Chris Sanders, The Wild Robot, é um exemplo de sucesso da chamada “velha escola”…Certamente fará sucesso entre as crianças, além de chegar próximo de ser uma obra de arte esteticamente agradável para adultos, que poderão desfrutar de lições de vida positivas, mesmo sem a presença dos filhos no cinema”, definiu.
Lançado e distribuído de forma irregular desde a última semana de setembro, Robô Selvagem custou US$ 78 milhões e já arrecadou mundialmente quase US$ 270 milhões. Tudo isso com pouca publicidade, e ganhando fôlego graças às redes sociais.
A pergunta que fica é básica: será que o robozinho Roz poderá superar a máquina de hits da Walt Disney Company?