Russell Brand acusado de estupro, agressão sexual e abuso emocional

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Russell Brand, ator, comediante e apresentador britânico, foi acusado de estupro, agressão sexual e abuso emocional após uma investigação realizada pelo Channel 4, The Times e The Sunday Times no Reino Unido.

As denúncias contra o artista se referem a um período de sete anos “no auge de sua fama” entre 2006 e 2013, de acordo com o The Sunday Times, e partiram de quatro mulheres, uma delas com apenas 16 anos na época dos supostos abusos. Na época das acusações, Brand apresentava programas na rádio BBC Radio 2 e no Channel 4.

Uma das mulheres alega que Brand a estuprou contra uma parede em sua casa em Los Angeles e que ela procurou um centro de apoio a vítimas de estupro no mesmo dia. Outra alega que Brand a agrediu quando ela tinha 16 anos durante um relacionamento emocionalmente abusivo e controlador.

Uma terceira mulher afirmou que Brand a agrediu sexualmente em Los Angeles e depois ameaçou processá-la caso ela falasse sobre a denúncia com mais alguém. Uma quarta mulher descreveu ter sido agredida sexualmente por Brand e também alegou que ele foi física e emocionalmente abusivo com ela.

Outras denúncias incluem relatos de membros da equipe do programa derivado do Big Brother apresentado por Brand, o Big Brother’s Big Mouth, que disseram se sentir como se estivessem trabalhando como “cafetões” de Brand, abordando jovens mulheres em nome dele. Uma delas afirmou que ele apareceu em seu quarto de hotel em roupas íntimas e sugeriu um “rapidinho”, enquanto outra alega que ele exibiu seu pênis para ela em seu camarim.

Uma pesquisadora também afirmou que o comportamento de Brand enquanto trabalhava no EFourum e no Big Brother’s Big Mouth foi denunciado aos gerentes de produção da Endemol, empresa que produzia os programas por encomenda do Channel 4. De acordo com o The Sunday Times, ela alega que “reclamou sobre Brand perseguir membros da platéia em busca de sexo, mas as preocupações foram ignoradas”. A pesquisadora continuou afirmando que um gerente de talentos lhe disse: “É o que acontece com o talento. Meninos serão meninos. Não é grande coisa”.

Um porta-voz da Banijay UK, que comprou a Endemol em 2020, disse que não encontrou registros de problemas com Brand formalmente levantados ou discutidos com a Endemol.

Em comunicado ao The Sunday Times, a empresa disse: “Levamos nosso dever de cuidado com nosso elenco, equipe e funcionários extremamente a sério. Embora a empresa legacy, Endemol, tivesse um código de conduta, políticas de apoio e procedimentos de escalonamento em vigor durante o período em questão, eles não eram tão robustos quanto nossos processos atuais. Lamentamos que essas mulheres não tenham se sentido apoiadas e protegidas enquanto trabalhavam nessas produções e à luz dessas sérias alegações as encorajamos a entrar em contato conosco em confiança”.

Um porta-voz do Channel 4 acrescentou: “O Channel 4 está horrorizado em saber dessas acusações profundamente perturbadoras, incluindo comportamentos que teriam ocorrido em programas feitos para o Channel 4 entre 2004 e 2007. Estamos determinados a entender toda a natureza do que aconteceu. Realizamos extensas buscas em documentos e não encontramos evidências de que os supostos incidentes foram levados ao conhecimento do Channel 4.

Continuaremos revisando isso à luz de qualquer nova informação que recebermos, incluindo os relatos dessas pessoas afetadas. Pediremos à empresa de produção que produziu os programas para o Channel 4 que investigue essas alegações e nos informe adequadamente suas descobertas”.

Em seu vídeo antecipando as acusações publicadas hoje, Brand disse que “absolutamente” negava as alegações criminais relacionadas à sua vida pessoal, que afirmou estarem detalhadas em duas cartas “extremamente perturbadoras” endereçadas a ele.

Brand disse ter recebido as cartas de uma “empresa de televisão da mídia tradicional” e de um jornal, que incluíam uma “ladainha de ataques extremamente ultrajantes e agressivos”.

“No meio dessa ladainha de ataques surpreendentes e bastante barrocos, há algumas acusações muito sérias que absolutamente refuto”, declarou.

“Essas alegações dizem respeito à época em que eu trabalhava na mídia tradicional, quando eu estava nos jornais o tempo todo, quando eu estava nos filmes, e como eu escrevi extensivamente em meus livros, eu era muito, muito promíscuo.”

Ele continuou: “Naquela época de promiscuidade, os relacionamentos que tive foram absolutamente, sempre consensuais. Eu sempre fui transparente sobre isso na época, quase transparente demais, e estou sendo transparente sobre isso agora também. Ver essa transparência metamorfoseada em algo criminal, o que eu absolutamente nego, me faz questionar – há outra agenda em jogo?”

Brand acrescentou acreditar que era alvo de um “ataque coordenado”, comparando-o à polêmica na mídia em torno de Joe Rogan promovendo a ivermectina como cura para a COVID-19 (apesar de não ser endossada como tratamento eficaz).

“Não me importo que usem meus livros e meu stand-up para falar sobre minha conduta promíscua consensual no passado. O que eu refuto seriamente são essas acusações criminais muito, muito graves”.

Ele continuou alegando que conhecia testemunhas cujas evidências “contradizem diretamente a narrativa que esses dois veículos da mídia tradicional estão tentando construir”.

“Sinto que estou sendo atacado, e claramente, eles estão trabalhando muito próximos um do outro”.

Brand disse que iria “investigar” o assunto, reforçando que via isso como “muito, muito grave”.

Em resposta à investigação conjunta, um porta-voz da BBC também comentou. A passagem de Brand pela BBC terminou em 2008 depois que ele e o apresentador Jonathan Ross deixaram uma série de mensagens obscenas na secretária eletrônica do ator Andrew Sachs. Nelas, Brand alegou ter feito sexo com a neta do falecido ator. Brand e o controlador da Rádio 2 pediram demissão, enquanto Ross foi suspenso.

Em comunicado ao The Sunday Times, a BBC declarou: “Russell Brand trabalhou para várias organizações diferentes, das quais a BBC foi uma. Como é bem conhecido, Russell Brand deixou a BBC após uma grave violação editorial em 2008 – assim como o então controlador da Rádio 2. As circunstâncias da violação foram revisadas em detalhes na época. Esperamos que isso demonstre que a BBC leva questões a sério e está preparada para agir.

De fato, a BBC evoluiu, ao longo dos anos sucessivos, sua abordagem de como gerencia talentos e como lida com reclamações ou questões levantadas. Sempre ouviremos as pessoas se elas vierem com quaisquer preocupações, sobre qualquer questão relacionada a qualquer indivíduo que trabalhe ou tenha trabalhado na BBC, passado ou presente”.

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