Disney exuma Star Wars e promete milagre de bilheteria — mas o cadáver ainda fede no palco da Celebration

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A Star Wars Celebration 2025 parecia velório de luxo até Ryan Gosling saltar de trás das cortinas — truque de mágica que tentava distrair a plateia do elefante morto no palco: a franquia, de tanto sermão progressista e roteiro sem bússola, perdeu pulso. Kathleen Kennedy, mãe da “fase woke” que transformou Jedi em panfleto, preferiu a lateral do palco, talvez temendo vaias. Sobrou para Shawn Levy, recém‑saído de Deadpool & Wolverine, proclamar que Starfighter não é prequela nem sequência, mas “aventura solo”. Tradução: “Esqueçam a bagunça anterior e confiem de novo, ok?”

O discurso ecoa a nova cartilha de Bob Iger, que jurou ao mercado reduzir quantidade e “focar em qualidade” depois que a overdose de conteúdo derrubou assinaturas do Disney+ e afundou ingressos de cinema  . É o mesmo Iger que há dois anos prometia acelerar produções; agora, diante de relatórios que chamam The Acolyte de fracasso disfarçado — segundo dados da Luminate, a série nem figurou no Top 10 do streaming em 2024  — o mantra virou controle de danos.

Frankenstein glamouroso ou milagre improvável?

Levy gaba‑se de “dogfights nunca vistos” graças ao StageCraft, enquanto Gosling, brandindo foto de infância, tenta provar pedigree nerd. Mas efeitos vistosos não neutralizam o histórico recente: a ausência de Star Wars nos cinemas por seis anos foi, segundo fãs, castigo autoimposto após a trilogia desajeitada que nem roteiros prontos tinha  . A lucidez chegou tarde: só depois de bilheterias minguares e streaming saturado é que a Lucasfilm desliga a sirene “trilogia obrigatória” e decide testar um filme isolado.

Dentro do estúdio, há quem considere Starfighter uma roleta russa: se estourar, Kennedy grita “eu avisei”; se falhar, ela entregue a cabeça e Iger vende a narrativa de renovação. O risco não é pequeno: pesquisas internas apontam projeção de estreia entre US$ 180 e 200 milhões — valores bons para qualquer blockbuster, mas modestos para salvar toda uma galáxia. E enquanto o marketing planeja lançar Lego de nave giratória, parte do público se pergunta se não será outro boneco‑de‑coleção sem alma.

A ironia final é que o roteiro vem de Jonathan Tropper, famoso por dramas familiares — exatamente o que faltou à trilogia sequel. Porém, consultores “sensíveis ao canon” já renderam revisões de Dave Filoni. Nada como um comitê para garantir espontaneidade! E, pasme, a Lucasfilm acena com “navegadores sensíveis à Força que calculam micro‑saltos”, conceito tão sutil quanto gritar “olhem, inovação!” Da última vez que ouvimos promessas dessa magnitude, ganhamos cavalgada sobre destróier estelar.

Enquanto isso, a bilheteria global de 2024 ainda não voltou ao patamar pré‑pandemia, e até jornal britânico culpa janelas curtas e saturação de streaming pelo rombo nos cinemas  . Ou seja, Disney quer ressuscitar um cadáver num mercado que já sofre falta de oxigênio.

Starfighter pode até decolar — Hollywood adora um milagre —, mas por enquanto é só mais um choque de desfibrilador. Se a Força realmente despertar dessa vez, ótimo. Caso contrário, que alguém desligue os aparelhos e deixe a galáxia descansar em paz.

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