Solo Leveling pode ser mais uma vítima do histórico ruim da Netflix?
Embora ainda esteja em fase inicial, o live-action de Solo Leveling terá a sua estreia na Netflix em breve. O mais popular serviço de streaming do mundo tem um histórico bastante duvidoso com adaptações. Além disso, apesar do sucesso, até mesmo One Piece não ficou de fora da “agenda identitária” que tantas produções cinematográficas abraçaram. Portanto, desconfiar das novas adaptações é algo mais do que justo.
É claro que o bom senso não nos permite tirar conclusões precipitadas. Inclusive, apesar de tudo o que já vimos, até o momento, é muito improvável que a Netflix tente “lacrar” com Solo Leveling. No entanto, e se a produção da série realmente estiver disposta a ir até as últimas consequências para fazer isso de um jeito ou de outro? Bom, por mais que o desejo de implantar determinadas ideologias nas obras de ficção seja grande, ele não pode acontecer de qualquer jeito. Afinal, uma coisa é inegável, a Netflix realmente sabe entreter quando quer.
Pensando por esse ângulo, podemos concluir que o enredo geral de Solo Leveling não deixa muitas pontas para “lacrar”. Por outro lado, é justamente o ato de “forçar” determinadas pautas que estragam uma obra. Mesmo assim, é necessário que haja o mínimo de coerência para que haja a manipulação necessária. No caso do anime coreano, há uma pequena brecha para essa exploração. Para entender melhor, é necessário adentrar um pouco na narrativa da obra.
Os portais de Solo Leveling: uma alta fonte de renda
Além de representarem uma ameaça real às pessoas, os portais têm uma lucratividade muito alta no universo fictício da obra. Ao derrotar monstros, estes concedem pedras de essência, que podem ser vendidas em troca de muito dinheiro. Além disso, algumas Dungeons são ricas em cristais de mana, que também são muito valiosos.
Não é à toa que as guildas precisam reservá-los para que tenham o direito legal de atacá-los e explorá-los, o que lembra muito a burocracia das reservas minerais, por exemplo. Assim, atacar portais transcende a ideia de eliminar monstros e proteger pessoas, acaba sendo um modo de lucrar bastante com isso. Partindo dessa lógica, as grandes guildas seriam a representação perfeita de grandes empresas privadas que têm uma lucratividade muito alta.
Embora o anime não tenha feito nenhuma crítica em relação a isso, a adaptação poderia se aproveitar disso para atacar o suposto “capitalismo opressor”. Contudo, seria um momento muito breve e sutil, explorando um diálogo que explicasse todos esses detalhes para o público leigo no assunto.
Apesar de tudo, ainda é muito improvável que isso aconteça, até porque isso demandaria um forte desejo de atacar o capitalismo, além da própria criatividade para criar uma cena assim. De qualquer forma, a desconfiança é justa.
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