Star Wars e Disney: casamento perfeito ou derrocada woke?

Star Wars

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Um balanço sobre o desempenho da franquia pós-2012

Por Claudio Dirani

Um dos lemas mais populares para justificar as perdas financeiras em Hollywood tem sido: “go wroke, go broke”. Ou por aqui no Brasil, “quem lacra não lucra”.

A Walt Disney Company, no entanto, rebateu as acusações de ter provocado um desastre na franquia Star Wars, apontando lucro de US$ 12 bilhões ante a um investimento de US$ 4 bilhões desde quando adquiriu a franquia de George Lucas em 2012.

Alguns números, de fato, são indiscutíveis. A trilogia iniciada em 2015 com Star Wars – o Despertar da Força somou mais de US$ 4 bilhões nas bilheterias. Já Rogue One – Uma História Star Wars (2016) (talvez o mais elogiado longa entre os novos) também bateu US$ 1 bilhão, e fez até os analistas mais radicais se esquecerem de Solo – Uma História Star Wars (2018), o maior flop da companhia até o momento: investimentos de US$ 275 milhões e arrecadação de meros US$ 392 milhões.

Enquanto a parte financeira realmente dá razão para Kathleen Kennedy e seus comandados da Lucasfilm, o mesmo não pode ser dito sobre a visão dos fãs sobre Star Wars. Principalmente, na questão da qualidade de roteiros, atuações e respeito ao legado iniciado por George Lucas em 1977.

 

Star Wars: As feministas contra-atacam

Se os executivos explicam o sucesso da parceria Disney-Star Wars com gordas arrecadações, o mesmo eles não podem fazer em relação às escolhas para os roteiros, principalmente dos spin-offs das inúmeras séries do Disney +.

Entre todas as produções para o streaming lançadas até 2024, apenas The Mandalorian gerou aplausos quase unânimes do público. Contudo, a terceira temporada exibida em 2023 não só perdeu audiência como credibilidade. A explicação é simples. Os roteiristas escolheram priorizar a personagem Bo-Katan Kryze (Katee Sackhoff), que literalmente se transformou na protagonista da trama na reta final, deixando Din Djarin (Pedro Pascal) comendo poeira.  

O esforço concentrado para empoderar personagens femininos, aliás, nunca foi um segredo nos bastidores da Disney. 

As constantes declarações de Kathleen Kennedy sobre priorizar as mulheres – com direito a desfilar com a camiseta-slogan “A Força é Feminina” – levam a franquia idolatrada por bilhões a mares turbulentos.

Apesar da galera woke tentar empurrar a tese de que a frase “nunca esteve conectada” à saga, a campanha para empoderar as garotas no “universo machista” nunca parou.

 

The Acolyte – uma derrocada Star Wars

Além de passar a defender “causas” nos roteiros de suas séries, o cuidado esperado com ícones de Star Wars não atendeu às expectativas da imensa fan base da franquia. 

Nem mesmo a aparição de Darth Vader em Obi-Wan Kenobi (2022) salvou a série de críticas negativas, a começar pela campanha que “viralizou” nas redes sociais sobre “representatividade”.

E não há dúvida: quando questões políticas entram em cena, o inevitável acontece: a qualidade da produção fica comprometida.

Basta conferir a declaração de Moses Ingram (uma boa atriz) que se deixou envolver pela febre woke. Ao site Entertainment Weekly, ela falou sobre sua inédita missão de causar um impacto para os “fãs negros” de Star Wars (como se Billy-Dee Williams, Carl Weathers, John Boyega outros jamais tivessem atuado na saga).

 

Parte dessa conversa quando eu estava falando com Deb (hair stylist) era realmente que eu queria que as crianças (negras) pudessem ter a oportunidade de ter seus próprios cabelos no Halloween. E isso é enorme se você olhar para todas as crianças de cor ou crianças negras com cabelos crespos”, lacrou Ingram, que interpretou uma caçadora de Jedi na série.

O auge do identitarismo em Star Wars, entretanto, ainda estava por vir. Sem empolgar em O Livro de Boba Fett (exceto após a entrada do Luke gerado por I.A), Ashoka e (no sonolento) Andor, Star Wars  – The Acolyte provocou a maior derrocada da história da franquia de sci-fi mais popular de todos os tempos.

A começar pelas declarações estabanadas da showrunner, Leslie Headland, durante entrevistas para divulgar a série. Em vez de focar na história em si, a preferência da produtora foi a causa LGBTQ.

 

“Não acho que a série foi dirigida para esse público. Contudo, as pessoas têm comentado que esta é a produção mais gay de Star Wars já feita até o momento”, concluiu.

 

Acompanhada pela protagonista da trama, Amandla Stenberg (que culpou os fãs racistas pelo fracasso do show), Headland conseguiu o que muitos já aguardavam: levar The Acolyte aos piores números de audiência da Disney + e o eventual cancelamento da série.

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