Streaming Wars: menos lacração vira alternativa para driblar cancelamentos

Streaming

Compartilhe:

Assinaturas caras e “conteúdo lacrador” também são vilões

Por Claudio Dirani

Nos últimos 4 anos – turbinadas pelo “fica em casa” da pandemia – as plataformas de streaming deram um salto quantitativo no mercado nacional e internacional. Desde então, não faltam opções para, digamos, curtir séries, filmes e até atrações esportivas no sofá de casa.

Os números relacionados ao mercado, contudo, não indicam lucro imediato. Corporações como Paramount + e Globo Play, por exemplo, já acusaram prejuízos milionários. Outras empresas – como Netflix e Disney + tentam driblar a crise, fazendo malabarismos e tentando emplacar menos conteúdo woke e mais familiar.

Além dos problemas administrativos, outro fantasma tem assombrado o segmento: a inevitável pirataria, que simplesmente trocou o chamado “gatonet” (das TVs a cabo) pelo mercado de streaming.

Streaming em alta pero non mucho

A gangorra financeira que rodeia o mercado de streaming é bastante paradoxal. Um exemplo recente está no balanço da Paramount, que detém os direitos de séries de sucesso como Yellowstone.

Em agosto de 2023, a companhia anunciou crescimento em seu número de assinantes (61 milhões) na plataforma Paramount +, mas com a contrapartida de um prejuízo operacional de US$ 424 milhões no segundo trimestre daquele ano.

Nesse mesmo período, a Warner Bros. Discovery confirmava, além da redução no número de assinantes (de 96.7 para 95.8 milhões) um déficit no caixa de US$ 3 milhões. Tudo isso, em meio ao processo de alteração de seu branding, de HBO Max para simplesmente Max.

Por motivos que a companhia se recusa a admitir, a poderosa Disney também descobriu que sua vida não era um mar de arco-íris, ao descobrir que seu serviço de streaming não gerava os lucros desejados.

Aqui no Brasil e em outras praças (incluindo os EUA, que acessam a Hulu). a companhia fundada em 1923 promoveu alterações, incluindo a extinção de sua irmã Star +, distribuindo o conteúdo esportivo (e artístico mais adulto) em apenas uma plataforma. 

A mudança desagradou, principalmente,o bolso dos assinantes. Com a fusão e inclusão da programação em apenas uma plataforma, os preços subiram para de R$ 43,90 para R$ 62,90 (mensal) e de R$ 369,90 para  R$ 527,90 (anual).

O poder da chiadeira dos fãs parece ter dado parcialmente certo. Há menos de uma semana, mais uma opção apareceu para quem pretende ficar ou deseja assinar o Disney +. 

Netflix menos lacradora?

 

Em 2023, segundo pesquisa da Antenna Research, a Netflix registrou lucro operacional de US$ 6,9 bilhões. O bom resultado caminhou em sincronia com a decisão de cobrar taxas para quem sempre compartilhou a senha da plataforma com amigos e parentes. Além de lucrar, houve ainda aumento de 9,3 milhões de assinantes no 1º trimestre de 2024. Tudo isso, vale destacar, com o oceano de ofertas tentadoras, como as inoxidáveis torrents à disposição na rede.

Para não dizer que não trituramos o identitarismo – esse vírus que têm destruído sagas inteiras, incluindo Star Wars – vale a menção no investimento em conteúdo à prova de ideologia. 

De olho nos hits, a Netflix adquiriu os direitos dos recentes Missão Impossível – Acerto de Contas e Top Gun Maverick, além de apostar no retorno da franquia Um Tira da Pesada, que retornará no dia 3 de julho com Eddie Murphy com seu quarto filme após um intervalo de 30 anos.

 

Quem lacra até pode lucrar, mas as chances são menores, certo Netflix?

Publicidade
Publicidade