Por Que James Gunn Está Certo em Tornar o Superman Vulnerável (E Por Que Isso Pode Salvar o DCU)

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Depois de décadas assistindo Superman quebrar montanhas com um piscar de olhos e resolver crises universais antes do café da manhã, James Gunn fez algo que poucos diretores tiveram coragem: admitiu que um deus é chato de assistir.

Em entrevista bombástica à Rolling Stone, o diretor responsável por ressuscitar os Guardiões da Galáxia revelou sua filosofia para o novo Superman (com estreia marcada para 10 de julho de 2025): “Eu queria que o Superman fosse vulnerável. Vejo coisas online como ‘quem venceria quem?’. E então eu simplesmente sair e escrevo Homem-Deus, que pode te destruir com um piscar de olhos. E eu ganho. As pessoas dizem: ‘eu gosto mais do Batman porque ele pode ser derrotado’. Então agora temos um Superman que pode ser derrotado.”

O Problema dos Deuses Invencíveis

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Gunn tocou no nervo exposto de 85 anos de história do Superman. Desde Action Comics #1 em 1938, o Homem de Aço evoluiu de alguém que “saltava prédios altos” para literalmente empurrar planetas. O resultado? Um herói tão poderoso que os roteiristas precisam inventar kryptonita emocional ou vilões interdimensionais para criar qualquer tensão narrativa.

Basta olhar para Justice League (2017): enquanto Batman elabora estratégias complexas e Flash corre contra o tempo, Superman simplesmente aparece e resolve tudo sozinho. É cinematicamente satisfatório? Talvez. É emocionalmente envolvente? Nem um pouco.

A Fórmula Gunn: Coração Antes dos Poderes

O diretor que transformou um guaxinim falante e uma árvore em fenômenos culturais sabe uma coisa: audiências se conectam com vulnerabilidade, não com invencibilidade. Seu Superman promete ser “movido pela compaixão e uma crença inerente na bondade da humanidade” – uma abordagem que ecoa mais All-Star Superman de Grant Morrison do que Man of Steel de Zack Snyder.

David Corenswet assume o manto com um elenco que mistura veteranos (Nicholas Hoult como Lex Luthor) e apostas arriscadas (Milly Alcock como Supergirl). É uma estratégia que lembra o casting inicial do MCU: atores talentosos em busca de definir personagens icônicos, não simplesmente interpretá-los.

Por Que Isso Importa Para o DCU

O novo universo DC precisa desesperadamente se diferenciar da Marvel – e da própria versão anterior. Enquanto o MCU prosperou com heróis carismáticos mas limitados (Tony Stark é genial, mas também alcoólatra e narcisista), o DCEU de Snyder apostou em figuras míticas e distantes.

A aposta de Gunn é clara: transformar Superman no coração emocional do DCU, não apenas em sua força bruta. Um herói que pode ser derrotado é um herói por quem podemos torcer de verdade.

O Teste Final

Com nomes como Rachel Brosnahan (Lois Lane), Nathan Fillion (Lanterna Verde) e Anthony Carrigan (Metamorfo) compondo um elenco eclético, Superman precisa provar que vulnerabilidade não significa fraqueza – significa humanidade.

James Gunn pode estar prestes a resolver o maior paradoxo dos super-heróis: como fazer um deus parecer humano sem tirar o que o torna super. Se conseguir, não estará apenas relançando o Superman – estará redefinindo o que significa ser herói no cinema.

E sinceramente? Depois de anos de Supermans que resolvem tudo sozinhos, talvez seja hora de termos um que precise da nossa torcida para vencer.

Superman estreia nos cinemas em 10 de julho de 2025.

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