Superman “Woke”? Veterano da Marvel rechaça apelo por sanidade nos quadrinhos

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Mark Waid, veterano roteirista de quadrinhos, critica colega Mark Millar por pedir que a indústria se una contra militantes radicais. Waid pinta de forma desonesta os apoiadores de Millar como “a alt-right”.

O renomado escritor de histórias em quadrinhos Mark Waid respondeu recentemente ao apelo de seu colega Mark Millar para que a indústria se una contra os “porcos canceladores”.

Em uma postagem irritada no Facebook, Waid classificou a iniciativa de Millar como “pedido de atenção” e pintou de forma enganosa os apoiadores da causa como integrantes da “alt-right”.

A “alt-right” ou direita alternativa é uma facção de extrema-direita nos Estados Unidos que prega ideologias consideradas polêmicas e prejudiciais a minorias, como sexismo, xenofobia e nacionalismo branco.

Portanto, ao pintar os apoiadores de Mark Millar como “alt-right”, Waid buscou desonestamente associá-los a essas ideologias radicais e repudiativas.

Sua motivação parece ser calar vozes críticas ao abusivo ativismo ideológico que tem contaminado muitos quadrinhos da Marvel e da DC atualmente.

A polêmica começou quando algumas das vozes mais barulhentas da indústria intimidaram o respeitado varejista Glenn O’Leary por suas críticas sinceras à qualidade atual dos quadrinhos da Marvel e da DC.

Millar então convocou criadores e fãs a não “apaixonar ou encorajar as crueldades” dos militantes radicais, apelidados pejorativamente de “porcos canceladores” por tentarem calar qualquer discordância.

Em sua resposta, Waid adotou o mesmo tom condescendente e intimidador dos radicalismos. O veterano opinou que Millar estava apenas “chorando por atenção” por não aceitar placidamente que seu “astro como escritor já não brilha como antes”.

O autor de Batman/Superman até zombou da sugestão de que personagens clássicos como Superman, Batman e Capitão América estariam sendo ideologicamente distorcidos por “inserções políticas” de autores militantes que querem transformá-los em “porta-vozes SJW [Social Justice Warriors]”.

Críticas desonestas

Quando leitores apontaram exemplos flagrantes de distorção ideológica em quadrinhos recentes da Marvel e da DC, como a controversa série Capitão América de Ta-Nehisi Coates e Os Punihedores de Jason Aaron, Waid mudou o discurso e passou a questionar por que ainda se queixando de obras antigas que já nem são publicadas.

O escritor também afirmou de forma enganosa que reclamações sobre mudanças radicais em personagens clássicos como Tim Drake, Jon Kent e Homem de Gelo não poderiam, por si só, justificar uma crise na indústria dos quadrinhos, já que eles não são “personagens principais” o suficiente.

Mais adiante, Waid deixou claro seus verdadeiros sentimentos ao afirmar que preferia “ver a indústria pegar fogo” a ter que se unir e dialogar com a “alt-right” em qualquer nível.

Em outras palavras, o escritor veterano explicitamente escolhe defender militantes radicais em detrimento dos fãs comuns e varejistas que sofrem diariamente com suas imposições ideológicas na forma de histórias ruins e queda de vendas.

Preocupação real

A triste realidade é que a indústria dos quadrinhos enfrenta sérios desafios devido à queda vertiginosa nas vendas mês após mês e ao aumento de lojas sendo fechadas por não conseguirem mais sobreviver.

Ignorar as razões por trás dessa crise, incluindo o desprezo e intimidção de alguns escritores e editores contra os fãs tradicionais, só tende a piorar ainda mais a situação.

Escritores respeitados como Mark Millar e artistas como Ethan Van Sciver estão corretos em alertar contra os excessos da “turma do cancelamento” que ameaçam a sobrevivência dos quadrinhos.

Personagens amados e clássicos não devem ser arbitrariamente distorcidos por militância política ou egos autorais inflados. Os fãs querem boas histórias, não sermões ideológicos ou agendas radicais.

Tanto Hollywood quanto o mundo dos quadrinhos precisam urgentemente fazer as pazes com o público que os sustenta, caso desejem evitar uma rebelião e aversão ainda maiores ou mesmo o completo desaparecimento de ambas as indústrias.

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