Disney insiste no copy-paste identitário e transforma Thalia Grace em peão de marketing

Tamara Smart assume a filha de Zeus enquanto o fandom se pergunta por que Hollywood prefere retocar DNA em vez de escrever boas histórias

Rick Riordan celebrou a escalação de Tamara Smart dizendo que ela é “elétrica”. A “eletricidade”, no entanto, parece vir do curto-circuito que Disney chama de estratégia: sempre que uma personagem desperta carinho, a solução automática é trocar seu fenótipo para sinalizar virtude. Chamar isso de “reimaginar” Thalia Grace é o mesmo que repaginar Atena com filtro de rede social e dizer que a deusa virou trend.

Smart é talentosa e brilhou até em desastres como Resident Evil da Netflix. Mas transformá-la em alvo de polêmica porque o estúdio só enxerga representatividade pela lente da troca cromática é cruel. O próprio material aprovado por Riordan descrevia Thalia como mediterrânea, igual aparece nos livros, graphic novels e na versão de Paloma Kwiatkowski. Subitamente, essa consistência virou descartável.

O elenco da série já acumula mudanças: Grover, Annabeth, Hermes, agora Thalia. Se houvesse coerência narrativa ou reinvenção temática, seria outra conversa. O que vemos é preguiça, aquela mesma que vende merchandising sobre “diversidade” enquanto ignora discussões mais profundas sobre legado, família e sacrifício que fizeram os livros ganharem fãs.

Rick Riordan jura que a série segue o espírito dos romances com “pequenos ajustes”, mas cada ajuste parece a lápide de um personagem concebido com densidade. No lugar de criar novos heróis, a Disney recicla nomes conhecidos e aplica tinta progressista, esperando aplausos automáticos. O público, porém, já percebe o truque — e não há raio de Zeus que esconda esse golpe.

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