The Draft! | Crítica expõe meta-horror indonésio sem rumo

The Draft

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The Draft! é meta-horror sem orçamento que confunde esperteza com bagunça

 

 

Cinco universitários vão para uma cabana, a luz falha, o caseiro sinistro ronda e cadê o susto? Em The Draft!, nada disso importa, porque o diretor Yusron Fuadi quer brincar de roteiro dentro do roteiro. Os personagens descobrem que vivem no primeiro tratamento escrito por um roteirista indeciso, ressuscitam sempre que a página é rasgada e atravessam fantasma, slasher e zumbi na mesma manhã. Embora pareça brilhante no pitch, na execução, vira teatro escolar.

 

 

Yusron Fuadi tenta fazer Scream indonésio autorreferente, mas entrega Birdemic com pretensão acadêmica

 

 

Cena de The Draft!

 

 

Com quatro roteiristas e zero disciplina, o filme funciona como anedota sobre bloqueio criativo que dura duas horas. Animar a plateia com VFX que fariam a turma de Birdemic corar é pedir paciência infinita. Há sequências em chroma key onde o céu resolve iluminar a pele dos atores como se fosse lâmpada de dentista. É impossível levar qualquer ameaça a sério.

Os personagens passam o tempo gritando “ei, escritor, dá para acelerar?” e reforçando como são rasos “de propósito”. Esse metalinguismo de PowerPoint só evidencia a falta de carisma. O cinéfilo Iwan vira enciclopédia irritante, o resto é arquétipo mal esboçado. Nem mortes memoráveis restam para amortecer a ressaca.

The Draft! se vende como reflexão sobre autoria, mas não passa de compilado de ideias que deveriam ficar na oficina de roteiro. Sem performances convincentes, sem gênero definido e com zero timing, o filme mostra que autoconsciência sem talento vira só meia desculpa para preguiça.

 

 

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