Como em outras edições, o The Game Awards deste ano provou o quanto a opinião da “mídia especializada” não importa.
Por Gui Santos
Ontem ocorreu a 10ª edição do The Game Awards, considerado o “Oscar dos Games”, com grandes anúncios bem, boa parte deles e mais polêmicas.
A grande polêmica, além do último grande anúncio que foi terrível, foi Astro Bot como Jogo do Ano. Por outro lado, a galera escolheu como seu GOTY, Black Myth: Wukong no Player’s Voice.
Esta foi mais uma edição do The Game Awards que provou alguns pontos que o Se Liga Nerd vai abordar.
Os vencedores da noite
Primeiro vamos a lista dos principais vencedores. Como dito antes Astro Bot ganhou como Jogo do Ano e levou mais três premiações (Melhor Jogo para Família, Melhor Aventura e Melhor Direção).
Black Myth: Wukong além do Player’s Voice, o GOTY do povo, levou como Melhor Jogo de Ação.
Metaphor: ReFantazio, uma das gratas surpresas deste ano, levou três pra Atlus/Sega (Melhor RPG, Melhor Narrativa e Melhor Direção de Arte).
Balatro, o indie que viralizou no ano ganhou como Melhor Indie e Indie Estreante, além de Melhor Jogo Mobile.
Helldivers II levou como Melhor Jogo Multiplayer e Melhor Jogo em Andamento. Hellblade II levou o Melhor Design de Audio e Melhor Performance pela atuação de Melina Juergens como Senua.
Veja aqui outros dos principais ganhadores:
- Melhor Trilha Sonora: Final Fantasy 7 Rebirth
- Melhor Suporte à Comunidade: Baldur’s Gate 3
- Melhor Jogo de Luta: Tekken 8
- Melhor Jogo de Simulação/Estratégia: Frostpunk 2
- Melhor Jogo de Esporte/Corrida: EA Sports FC 25
- Melhor Adaptação: Fallout
- Melhor Jogo de eSports: League of Legends
- Melhor Adaptação: Fallout
Afinal, Astro Bot mereceu o GOTY? Houve marmelada?
Na minha opinião, Astro Bot é um jogo divertidíssimo e que fez muitos gamers à se interessarem por jogos do gênero Plataforma novamente.
Porém, não tanto para ser um GOTY. Não apenas Black Myth: Wukong como também Metaphor: ReFantazio e até Final Fantasy VII: Rebirth tinham muito mais potencial para levar o Jogo do Ano.
Isso se refletiu até mesmo no palco do evento onde ouviu-se algumas vaias por boa parte do público após anunciarem que Astro Bot foi eleito como Jogo do Ano.
Não apenas nas vaias como também no vídeo acima que está com uma quantidade significativa de dislikes. Aliás, boa parte do público discordou totalmente.
Até porque o público, nós gamers, elegemos nosso GOTY no Player’s Voice que foi justamente Black Myth: Wukong e não foi por acaso.
Lembrando que Wukong já havia ganho o Ultimate Game of the Year no Golden Joystick Awards deste ano que diferente do The Game Awards, o público escolhe o GOTY sem uma categoria separada.
Mais uma vez, Astro Bot é um jogo muito divertido e o trabalho da Team Asobi foi louvável. Mas ficou praticamente nítido que houve marmelada sim.
Porém não diria que Wukong foi esnobado pois o povo escolheu ele como seu GOTY e isso para mim é o mais importante.
Até pode se dizer que Metaphor: ReFantazio merecia ter ganho como Melhor Direção, prêmio este que foi dado à Astro Bot.
Estes jogos foram esnobados.
Já outros jogos, estes sim para mim foram totalmente esnobados pelo The Game Awards e pela dita “mídia especializada”.
Claro que citarei logo de cara Stellar Blade, jogo do qual justamente a mídia gamer tentou “cancelar” de todas as formas e que concorreu ao Jogo de Ação e Trilha Sonora.
O frenético Warhammer 40k: Space Marine II também concorreu ao Jogo de Ação, porém também ao Jogo Multiplayer, categoria esta que para mim ele merecia ganhar.
Aliás, Space Marine II de certa forma também foi esnobado. Cito também Silent Hill 2 Remake e Persona 3: Reload, para mim um dos melhores RPGs do ano e que não concorreu à NENHUMA categoria.
Qual é o critério?
Como mostra a imagem acima e como sabemos, para o The Game Awards a opinião do público só importa no Player’s Voice.
Na aba de perguntas e respostas na seção “Como os vencedores são selecionados” é dito que:
“Os vencedores são determinados por uma votação combinada entre o júri votante (90%) e a votação pública dos fãs (10%).”
Pois é, o “Júri” que nada mais são os sites “especializados” representam estaparfúdios 90% da votação e os votos do público valem míseros 10%.
Em uma edição passada o apresentador e host do evento Geoff Keighley já havia dado a desculpa de que “seria muito difícil” fazer o processo de votação 50/50.
Nessa edição de 2024 do evento ficou mais do que claro que o “critério” para um jogo ganhar o GOTY é de duas uma.
De quem teve a nota mais alta pelos críticos no Metacritic ou de quem melhor molha a mão destes “sites especializados”.
O The Game Awards esse ano também escancarou algo que já havia acontecido na edição de 2020, quando The Last of Us 2 levou o GOTY (para a mídia) e Ghost of Tsushima o Player’s Voice, o GOTY do povo.
De que a opinião da mídia “especializada” não vale nada e como muitos desenvolvedores de games vem falando nos últimos meses, o que importa é a voz e opinião dos consumidores, dos gamers.
E você caro leitor, o que achou dos vencedores do The Game Awards 2024? Deixe seu comentário.