The Last of Us Part II Remastered agrada fãs, mas não justifica existência | Review

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Se Deus me desse uma segunda chance, eu faria tudo igual. Essa frase icônica de Joel, protagonista de The Last of Us Part II, ecoa no universo dos jogos e se torna uma reflexão sobre as decisões recentes da PlayStation em relação à franquia. Após o remake do primeiro jogo há um ano, a Naughty Dog retorna com The Last of Us Part II Remastered, uma remasterização da sequência lançada originalmente em 2020.

A proposta é clara: levar o jogo ao PlayStation 5 com melhorias gráficas e conteúdo inédito, além da opção de “upgrade” para os jogadores que já possuem uma cópia, mediante uma taxa de US$ 10 (cerca de R$ 50). Entretanto, essa decisão não foi unanimemente bem recebida pela comunidade, levantando dúvidas sobre a necessidade de uma remasterização para um título ainda atual, enquanto o estúdio permanece em silêncio sobre projetos inéditos.

Remaster de retoques

The Last of Us Part II Remastered mantém a essência das jornadas de Ellie e Abby, preservando a narrativa e a jogabilidade da versão original. As mudanças concentram-se em melhorias gráficas, mas são tão sutis que apenas olhos atentos conseguirão notá-las, incluindo leves ajustes em sombreamento e iluminação. Essas alterações, no entanto, não impactam significativamente a experiência geral do jogo, passando despercebidas para muitos jogadores.

No entanto, o foco do Remastered em apresentar conteúdo jogável relacionado aos bastidores de The Last of Us Part II é um acerto. A inclusão de comentários dos desenvolvedores durante a campanha proporciona uma nova perspectiva à história. Neil Druckmann, diretor, e Halley Gross, roteirista, revelam motivações por trás das escolhas narrativas, oferecendo insights valiosos. A participação do elenco de voz, incluindo Troy Baker (Joel) e Ashley Johnson (Ellie), adiciona um toque especial à experiência.

Explorando o desconhecido nos bastidores


O destaque vai para as “Fases Perdidas“, trechos da história original que foram cortados e agora são jogáveis no Remastered. Mesmo em estado pré-alfa, essas fases proporcionam uma visão única do processo de desenvolvimento do jogo. Os desenvolvedores explicam as razões para os cortes, oferecendo uma compreensão mais profunda da narrativa e dos personagens.

Outra adição é o modo “Sem Volta“, um estilo roguelike que desafia os jogadores a superar seis fases consecutivas de combate com diferentes inimigos e níveis de dificuldade. A dinâmica frenética e a possibilidade de desbloquear personagens jogáveis adicionam uma camada extra à jogabilidade, oferecendo uma experiência distinta em comparação com a campanha principal.

O Remastered também acrescenta um toque musical, permitindo que os jogadores acessem e toquem o violão de Ellie a qualquer momento. A expansão dessa mecânica, com a inclusão de outros instrumentos e personagens, transforma o jogo em um pequeno playground musical, proporcionando momentos de descontração.

Complemento de luxo?

Revisitar The Last of Us Part II com o Remastered é uma experiência agridoce. Enquanto a remasterização carece de melhorias gráficas significativas, as adições de modos e conteúdo extra são essenciais para os entusiastas da franquia. A ausência de mudanças substanciais no jogo em si levanta questionamentos sobre a justificativa do relançamento.

Em última análise, The Last of Us Part II Remastered é mais um complemento ao original do que uma remasterização necessária. O “upgrade” para a versão de PS4 é visto como a opção mais vantajosa, apresentando um conteúdo que poderia ter sido lançado como uma DLC ou adicional. O verdadeiro equívoco reside na estratégia de marketing da Naughty Dog e da PlayStation, não na qualidade do jogo em si.

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