Threads: O filme de terror mais assustador já feito

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Com a chegada do outubro e do Halloween, muitos estão abastecendo suas filas de espera com clássicos dos filmes de terror: remakes, reboot, thrillers psicológicos, slashers, filmes de paranormalidade. Embora tenham desempenhado um grande papel na minha infância cinéfila e eu ainda aprecie essas obras, os filmes de terror perderam muito o impacto em mim.

Assistir a filmes assustadores como O Exorcista ou O Iluminado em uma idade muito jovem, quase inadequada, trazia uma sensação de perigo e transgressão, apesar dos pesadelos. Porém, os filmes de terror hoje em dia são mais fórmulas e dependentes de jump scares previsíveis. Muitos têm qualidade técnica e são divertidos na hora, mas seu impacto some no momento que você sai do cinema ou desliga a TV.

Uma Mudança de Perspectiva: O Terror da Realidade

Alguns filmes de terror mais recentes têm conseguido criar um fator assustador residual, incorporando elementos de identificação e conflitos familiares mais realistas antes de dar o golpe de misericórdia. Porém, esses filmes quase sempre têm algum elemento sobrenatural que quebra o realismo.

Portanto, pode parecer uma surpresa eu dizer que o filme de terror mais assustador que já vi não foi um filme de terror. Na verdade, é um filme da BBC de 1984 chamado Threads, notório por sua brutalidade.

Threads começa como um pequeno drama familiar, um casal de Sheffield descobre que vai ter um bebê e decide constituir uma família. Porém, desde a primeira cena, algo muito sombrio espreita por baixo da superfície. Através de noticiários e rádios, descobrimos sobre a instabilidade geopolítica nessa linha do tempo hipotética da Guerra Fria.

Conhecemos as famílias do casal e suas lutas diárias, o suficiente para nos identificarmos antes que as bombas comecem a cair. Este é o ponto em que Threads esquenta e cumpre a reputação que tem. O diretor Mick Jackson não poupa nada, mostrando bebês e crianças carbonizados sob escombros, gatos queimando até virarem cinzas, queimaduras de terceiro grau.

O Choque do Holocausto Nuclear

Um cineasta mediano economizaria o holocausto nuclear para o clímax, como símbolo da futilidade da guerra nuclear. Mas em Threads a bomba vem antes mesmo do meio do filme. Jackson vai muito além, mostrando o colapso imediato da governança, os efeitos da radiação e o inverno nuclear em sua probabilidade nua e crua.

A relação construída com os personagens é devastadora. A narração documental e os fatos lidos passam uma sensação de autenticidade. Começamos a imaginar se algo assim poderia acontecer de verdade. Threads se torna o filme mais assustador ao conceituar a extinção absoluta da esperança que uma guerra nuclear traria.

É um dos únicos filmes que me deixou fisicamente mal depois. Threads emprega táticas de bons filmes de terror, como tensão gradual, implicação ao invés de exposição. Vemos o destino dos personagens apenas implicitamente, o que é ainda mais assustador.

O filme documenta como o controle sobre o destino da civilização está nas mãos de burocratas falíveis. Leva-nos 10 anos nesse futuro apocalíptico, onde a população inglesa regrediu aos níveis medievais. As tecnologias quebradas servem como artefatos para o velho mundo de conforto e conveniência.

Em suma, Threads é o filme mais assustador por retratar a aniquilação total do significado da nossa espécie. Tudo que criamos para negar a finalidade da morte é destruído instantaneamente. É nosso maior medo como espécie: a relegação da significância à insignificância animalesca.

A Importância de “Threads”

Mesmo quem não considere o filme mais assustador, é inegável que Threads é um soco no estômago. É uma obra que todos deveriam assistir pelo menos uma vez na vida. Pode não ser revisto, mas trará uma nova perspectiva. Assustará contra procrastinação e banalidades, orientando à gratidão por simplesmente estarmos vivos. Threads é um filme que renovou meu apreço pela vida, com tudo de bom e ruim que ela traz.

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