Times de localização da Bandai Namco admitem que ordenam estúdios japoneses a censurarem designs femininos: “Dizemos que o decote está muito exposto ou a saia muito curta”

Compartilhe:

Em uma situação lamentável que mostra o quão quebrada está a relação entre artistas e localizadores, representantes da Bandai Namco recentemente admitiram abertamente que ativamente censuram designs femininos “sexy” em jogos japoneses ao trazê-los para o mundo ocidental.

Relação conturbada entre Oriente e Ocidente

A infeliz confissão veio de Franck Gentry, Gerente Sênior de Localização da Bandai Namco Europe, em entrevista ao Japan Times.

Quando perguntado sobre as discussões a respeito da constante censura feita por localizadores ocidentais em mídias japonesas, Gentry não apenas apoiou esse imperialismo cultural como se gabou de sua efetividade, especialmente no que diz respeito a “como os desenvolvedores japoneses vestem suas heroínas”.

Gerente europeu se gaba de censurar jogos

“Dizemos a eles que o decote está muito exposto ou que a saia é muito curta”, afirmou. “Antes, eles não eram muito flexíveis, mas se tornaram mais proativos sobre esses temas”.

Ainda assim, Pierre Froget, Gerente de Projetos de Localização da matriz Bandai Namco, acredita, sem uma pitada de ironia, que os localizadores estão trabalhando para garantir “que o jogador, seja de que país for, entenda e sinta a mesma coisa de alguém jogando no idioma original”.

Gerente japonês se contradiz

O gerente de projetos revelou também que as alterações mais comuns solicitadas por localizadores ocidentais estão relacionadas a temas como “álcool, política ou religião”.

“Quando há pessoas vestidas com botas pretas e casacos de couro grandes, na Europa isso poderia lembrar um uniforme nazista”, exemplificou.

E enquanto o ato da confissão em si surpreende, sua informação não, uma vez que a Bandai Namco adotou a censura dos personagens femininos como parte de seu procedimento operacional padrão há algum tempo.

Em 2018, a empresa removeu a missão ‘Phantom Remedy’ do pacote de DLC do game One Piece: World Seeker lançado na América do Norte devido ao fato de que apresentava uma cena de fan service das personagens femininas dos Chapéus de Palha aproveitando um banho no onsen.

Bandai Namco pratica censura há anos

No ano passado, a análise de dados do futuro MMO Blue Protocol, desenvolvido pela Amazon Games, revelou que os jogadores americanos verão versões menos sexualizadas e menos femininas dos modelos de personagens originais japoneses.

Porém, nem todas as produções da empresa têm sido afetadas por esse pensamento. Por exemplo, Tales of Arise foi lançado em 2021 “sem qualquer forma de censura”.

Portanto, enquanto franquias como Tekken ainda possuem campeões ferozes como Katsuhiro Harada para defendê-las, parece que nenhum outro título Bandai Namco conta com tal protetor contra as marés da censura atualmente.

Tekken ainda resiste à censura

“Muitas vezes as pessoas que nem jogam reclamam das roupas de banho sem saber que todos os personagens as têm, não só as mulheres”, disse certa vez Harada. “Não estamos tentando sexualizar personagens femininas.”

Resta saber até quando protetores como Harada conseguirão proteger suas franquias e quando a Bandai Namco totalmente se renderá aos caprichos dos localizadores ocidentais.

Futuro incerto contra censura.

 

Jujutsu Kaisen Cursed Clash: o novo jogo de luta baseado no anime/mangá que promete muita ação!

 

Jujutsu Kaisen Cursed Clash: o novo jogo de luta baseado no anime/mangá que promete muita ação!

Publicidade
Publicidade