Mesmo sem preparo, personagem deve virar protagonista
É impossível negar que os primeiros segundos do trailer de O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim divulgado nesta semana entrega o que se espera de uma produção conectada diretamente com a clássica trilogia de Peter Jackson.
A começar pelas belas imagens de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, que antecedem a história situada, cronologicamente, 183 anos antes dos eventos da trilogia que arrecadou quase US$ 3 bilhões.
Dirigida por Kenji Kamiyama (Star Wars: Visions), a animação tem ainda a seu favor as credenciais de Philippa Boyens (roteirista da trilogia de Peter Jackson) e atuação de Miranda Otto, que empresta sua voz novamente para Éowyn, desta vez, como a narradora da trama.
Quando as apresentações acabam – ou seja, quando as cenas envolvendo Gandalf (Ian McKellen), Aragorn (Viggo Mortensen) e Legolas (Orlando Bloom) dão lugar ao anime, as suspeitas levantadas pelos showrunners logo se transformam em certezas.
Em meio às batalhas entre o reino de Rohan e os Dunlendings, testemunharemos Hèra – a filha do rei Helm Hammerhand (que sequer recebeu um nome de J.R.R Tolkien nos livros), se destacar como a “liderança empoderada” em defesa da Terra-Média.
O aviso, aliás, já havia sido dado pela própria Philippa Boyens, em entrevista à Entertainment Weekly no começo de julho.
“Nos apêndices de onde a história é extraída, temos esses personagens masculinos construídos de maneira bastante interessante. Então, também notamos essa jovem personagem feminina que nunca recebeu um nome – e isso foi realmente interessante para mim”, adiantou Boyens.
“Empoderamento” na Guerra dos Rohirrim
A primeira cena no trailer de A Guerra dos Rohirrim confirma o que foi antecipado. Hèra, além de ganhar nome, deve se destacar como a verdadeira protagonista da animação. Tudo isso, sem preparação para batalhas, o que nos remete imediatamente à versão apócrifa de Galadriel da série Os Anéis de Poder, da Amazon Prime.
Logo de cara, a personagem dublada por Gaia Wise se mostra tomada por rebeldia e mais: determinada a não aceitar ser esposa de Wulf (Luke Pasqualino), como parte de um acordo entre os povos rivais.
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Hèra – Nossos pais falam como se não estivéssemos presentes. Eu não quero me casar com você!
Em seguida, temos uma série de eventos que levam imediatamente à guerra. Depois de Hammerhand (Brian Cox) matar o rival Freca (Shaun Dooley), em defesa do trono de Rohan, o seu filho, Wulf, anuncia que a guerra será inevitável.
A partir deste ponto, quase todas as cenas são dominadas por Hèra, que se vê pronta para liderar Rohan em uma batalha épica. Ao ser questionada sobre suas habilidades em combate, a resposta da nova guerreira não poderia ser mais propícia para o momento da cultura pop:
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Hèra: Eu sou a amazona mais veloz que você tem!
Olifantes intrusos?
Além do fator “empoderamento” de Hèra – algo que não encontramos no lore da saga – outra inserção em O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim deve incomodar os leitores mais assíduos do professor: a aparição dos olifantes utilizados pelos Harad nos Campos de Pelennor.
A explicação dada por Boyens para a “licença poética” foi a de que as bestas podem ter participado da guerra, já que os Apêndices escritos por Tolkien citam a presença de inimigos de Gondor para reforçar os Dunlendings nas batalhas.
Não se esqueça: para conferir a história real dos Rohirrim é fácil: basta conferir o vídeo detalhado de Heróis e + – totalmente à prova de lacrate
O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim chega às salas de cinema a partir de 11 de dezembro.