UBISOFT ACUSADA DE VIOLAR LEIS DE PRIVACIDADE COM COLETA ILEGAL DE DADOS EM JOGOS SINGLE-PLAYER

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Pois é caro gamer, a Ubisoft está vigiando você!

 

Ubisoft vem passando por situações no mínimo polêmicas e parece que ela está em mais uma presepada.

A queixa foi apresentada em 24 de abril pela ONG de direitos de privacidade NOYB, sediada na Áustria, alegando “coleta secreta de dados”.

Este é mais um capítulo das tantas polêmicas e problemas que a empresa de Assassin’s Creed e Far Cry se envolve ou acaba causando.

 

 

A queixa alega que ao jogar Far Cry Primal, um jogador descobriu que não conseguia iniciar o jogo no modo offline com a Ubisoft solicitando login em uma conta para permitir coleta de dados.

Tais dados incluem “seu ID de usuário, [quando] iniciaram o jogo, quando pararam de jogar e exatamente por quanto tempo mantiveram o jogo em execução”, que eram então repassados para grandes corporações como Google e Amazon.

Ao questionar a Ubisoft sobre a referida coleta de dados, a empresa disse ao jogador que “os dados enviados ao iniciar um de [nossos] jogos são uma verificação de propriedade em nossos servidores para validar se a conta do jogador possui o jogo que está tentando iniciar”.

Como apontado pela NOYB, a Ubisoft não forneceu nenhuma explicação real “sobre quais [exatos] dados são coletados para métricas ou por que pacotes de dados são enviados entre o jogador e, por exemplo, servidores do Google quando o jogador está jogando o jogo [single-player]”.

 

Noyb Argumenta Violação do GDPR e Busca Ação Regulatória

 

A Ubisoft aponta sua Política de Privacidade e EULA, mencionando a coleta de dados para “melhorar a experiência de jogo” e análises.

Porém a Noyb considera elas vagas e insuficientes, fazendo que a Ubisoft esteja violando ativamente o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da UE.

O Artigo 6 sustenta que uma determinada parte deve obter o consentimento de um usuário para coletar suas informações.

 

“Crucial no teste de equilíbrio [entre os direitos do usuário e as permissões de coleta de dados] é reconhecer que coletar dados do titular dos dados, enquanto eles jogam um videogame, equivale a monitorar seu comportamento em sua esfera privada”, argumentou a organização. “O controlador [ou seja, a Ubisoft] não considerou que o reclamante poderia não querer ser monitorado, especialmente não secretamente. Devido às informações inadequadas fornecidas ao titular dos dados, não é possível sequer avaliar o escopo e o tipo de dados coletados. A menos que uma conexão entre o controlador e o reclamante seja estritamente necessária para o serviço, esse tipo de violação da privacidade do titular dos dados e intrusão na vida privada só pode ser considerada uma violação direta do direito do titular dos dados ao respeito por sua vida privada e domicílio, conforme expresso no Artigo 7 da Carta e de seu direito à proteção de dados pessoais nos termos do Artigo 8 da Carta.”

 

“Se você quer entrar na casa de alguém, você deve ser convidado, caso contrário, você está invadindo”, acrescentaram. “Se o comportamento é ilegal na esfera física, também deve ser ilegal na digital. Não há razão para aplicar um padrão diferente.”

 

Apresentada à autoridade austríaca de proteção de dados (DSB), a NOYB está pedindo que o órgão regulador “investigue as práticas de processamento de dados”.

A NOYB pede que ordene à Ubisoft a “adequação de seu processamento de dados às disposições do GDPR” e também aplique uma “multa administrativa”.

Desde o momento desta matéria, a Ubisoft ainda não se pronunciou sobre mais essa presepada para a empresa da família Guillemot.

Tal atitude era esperada, vinda da mesma empresa que disse que o jogo que você adquire, com seu dinheiro, não é seu.

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