O Fim de uma Parceria Próspera
Tudo o que é bom tem um fim, e parece que esse é o caso da produtora Village Roadshow, que teve uma parceria próspera com a Warner Bros., apesar dos problemas que a acompanham.
No entanto, com o lançamento de “The Matrix Resurrections”, essa parceria parece ter chegado ao fim.
Devido às preocupações com a pandemia na época, o filme, uma coprodução entre Roadshow e a Warner Bros., foi lançado simultaneamente nos cinemas e no HBO Max em dezembro de 2021.
A Roadshow não gostou dessa estratégia e levou o estúdio ao tribunal. Sem contar que, por conta disso e outros fatores, o quarto Matrix foi um completo fracasso.
A produção da quarta parte da franquia Matrix foi um dos principais motivos da disputa, que faz parte de uma longa lista de filmes de sucesso que a Roadshow produziu com a Warner Bros. ao longo dos anos.
A parceria entre as duas empresas durou décadas, mas parece ter se deteriorado rapidamente.
A Roadshow acusou a Warner Bros. de excluí-la de seus direitos legais e contratuais para co-produzir e financiar filmes, préquelas, spin-offs e outras obras derivadas dos mais de 90 filmes que a empresa financiou e co-produziu.
A Luta pela Sobrevivência
A Village Roadshow entrou com um pedido de proteção contra falência no Delaware na segunda-feira passada, de acordo com relatos da Deadline.
O pedido cita a disputa em andamento com a Warner Bros. e a expansão excessivamente ambiciosa do estúdio como fatores que contribuíram para a decisão.
Além disso, a empresa acumulou uma dívida de cerca de US$ 160 milhões.
A biblioteca da empresa gere cerca de US$ 50 milhões por ano. Mas a disputa com a Warner Bros., que dura há três anos, tem custado caro para a Village.
Está custando mais precisamente US$ 18 milhões e tem impedido a Roadshow de vender seus ativos.
Eles cortaram custos e até tentaram se colocar à venda. O preço mínimo pedido era de US$ 365 milhões. Infelizmente, a briga com a WB afastou compradores em potencial.
A empresa também foi criticada pelo Sindicato dos Escritores da América por não pagar os roteiristas que trabalham em suas produções.
O pedido de falência reconhece que a empresa tem uma “significativa responsabilidade devido a contratos não pagos, como os de roteiristas e consultores”.
Além disso, US$ 47,5 milhões foram investidos em projetos de cinema e televisão que não deram certo.
O primeiro sinal de problemas foi em Janeiro deste ano, quando o CEO Steve Mosko renunciou após sete anos no cargo.
Após isso, demissões em massa ocorreram e a Village Roadshow começou à se afundar cada vez mais.
Agora, o CEO da Vine Alternative Investments, James Moore, diz que essa vez é diferente e que não há possibilidade de uma recuperação para a Roadshow ou um fim favorável à disputa com a Warner Bros.
Esse é um triste momento para a sétima arte, em ver que uma produtora responsável por sucessos memoráveis está prestes à falir.