A clássica frase de abertura da série original de Star Trek, “ir audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve”, foi recentemente classificada como linguagem sexista pela União Europeia (UE). A fala icônica do Capitão Kirk, interpretado por William Shatner, foi citada em um manual de 2009 do Instituto Europeu para a Igualdade de Gênero como exemplo de “invisibilidade ou omissão” das mulheres.
Ator critica “presentismo” e politicamente correto
Ao tomar conhecimento da recomendação do instituto europeu, William Shatner utilizou suas redes sociais para tecer duras críticas. O lendário ator classificou a atitude como mais um caso de “presentismo” da sociedade moderna, que julga o passado pelos padrões atuais sem levar em conta o contexto histórico.
“Por que começar por Star Trek?”, questionou Shatner no Twitter. “Não seria melhor começar do início e reescrever a Magna Carta, textos religiosos e obras de Shakespeare antes de se preocupar com a abertura de um programa de TV bobo que reflete o comentário social da época?”.
Em outra postagem, o astro de 93 anos destacou: “Se as pessoas se ofendem com 6 segundos de diálogo gravados em 1966 sem um mínimo de entendimento das questões sociais da época, elas têm problemas maiores com os quais precisam lidar primeiro, como se educar”.
Mudança na frase já havia sido feita em série posterior
Shatner também enfatizou em seu argumento que uma versão mais neutra da famosa frase de abertura já havia sido adotada desde 1987 na série seguinte Star Trek: The Next Generation. Nela, o Capitão Jean-Luc Picard, interpretado por Patrick Stewart, introduz a nave dizendo “ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve”.
A fala, que substitui a palavra “homem” da frase original por termos mais abrangentes, está de acordo com o que o manual europeu de comunicação de gênero propunha. No entanto, para Shatner, a recomendação demonstra que essas instituições não entendem a importância histórica e o contexto social por trás da série original.
Outras polêmicas recentes envolvendo o politicamente correto
Esse episódio não é a primeira vez que William Shatner, um ícone da cultura pop mundial, se pronuncia contra o que considera ser um excesso de politicamente correto e revisionismo histórico.
Recentemente, o eterno Capitão Kirk também criticou a decisão do estúdio Paramount de excluí-lo das artes promocionais de Star Trek por pressões de grupos progressistas que consideram a personagem masculina e datada demais.
“Não faz diferença para mim que um grupo que pensa ser ‘iluminado’ obviamente se sente ameaçado pelo personagem Kirk. É um personagem de uma série de TV da década de 1960, supere isso”, disparou Shatner nas redes sociais.
Legado de William Shatner segue em alta
Aos 93 anos, William Shatner segue muito ativo e trabalhando em diversas frentes. Seu legado como intérprete do icônico Capitão Kirk é inquestionável e a personagem segue inspirando novas gerações de fãs de ficção científica décadas depois.
Seu mais recente trabalho é na série animada “Masters of the Universe: Revolution”, da Netflix, em que dubla o personagem Rei Keldor.
Com uma carreira de sucesso desde a década de 1950 e um talento indiscutível para se manter atual e relevante, Shatner não deve deixar as polêmicas sobre o politicamente correto abalarem o orgulho sobre sua história e contribuições para a cultura pop.
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