Woody Allen fala sobre acusações, cancelamento e seu novo filme em rara entrevista

Imagem de Woody Allen durante a entrevista, discutindo acusações, cancelamento e seu novo filme em meio a controvérsias.

Compartilhe:

O lendário cineasta Woody Allen concedeu uma rara entrevista durante sua passagem pelo Festival de Cinema de Veneza para a estreia de seu novo filme “Coup de Chance”. Aos 87 anos e com 50 longas no currículo, o diretor refletiu sobre carreira, influências e os controvérsias que mancham sua reputação há quase três décadas.

Questionado sobre as acusações de abuso sexual feitas por sua filha Dylan Farrow, Allen demonstrou visible desconforto. Sua postura, antes descontraída ao falar de cinema, tornou-se sombria quando o assunto surgiu. O cineasta reiterou que as alegações já foram investigadas exaustivamente em duas ocasiões, sem comprovação.

O impacto do #MeToo

Contudo, Allen também comentou sobre o movimento #MeToo, classificando-o como positivo em muitos aspectos, mas criticando alguns excessos. Ele reforçou nunca ter recebido reclamações de atrizes com quem trabalhou, destacando sempre valorizar profissionais femininas em suas equipes.

Questionado se sentia que foi “cancelado”, Allen minimizou o impacto em seu processo criativo. Segundo ele, a grande mudança foi na forma de distribuição de seus filmes, cada vez mais voltados para streaming e TV, o que considera um retrocesso cultural.

Paixão pelo cinema

O cineasta nova-iorquino aproveitou para relembrar sua paixão pelo cinema francês, justificando a escolha de rodar seu mais recente longa em Paris e em francês. Nomes como Truffaut, Godard e Renais o inspiraram desde a juventude a sonhar em ser um diretor francês.

Ao avaliar o cenário atual, Allen lamentou a escassez de grandes obras, comparando com a época áurea em que aguardava ansiosamente os novos Fellini, Bergman ou Kurosawa. Questionado se pretende se aposentar, disse que a decisão dependerá de encontrar financiamento sem muitas dores de cabeça.

Aos 87 anos, Woody Allen segue provocando paixões e repúdios intensos. Amado por uns como gênio do cinema, é visto por outros como um criminoso impune. Independente das controvérsias, sua obra segue influente, mas o futuro do cineasta nova-iorquino permanece uma incógnita.

Publicidade
Publicidade