O diretor Zack Snyder, conhecido por seus filmes do universo DC como “Man of Steel” e “Batman v Superman: Dawn of Justice”, causou polêmica recentemente ao criticar a ideia de respeitar o cânone dos personagens em adaptações cinematográficas de quadrinhos. Durante uma entrevista no podcast “Joe Rogan Experience”, Snyder expressou sua visão desconstrutivista e defendeu a liberdade criativa dos diretores para testar os limites dos heróis icônicos.
A religião dos fãs e a desconstrução dos personagens
Snyder reconheceu a paixão dos fãs de quadrinhos, comparando seu amor pelos personagens a uma religião. No entanto, ele argumentou que essa devoção pode, por vezes, limitar a criatividade dos cineastas. “As pessoas sempre dizem ‘Batman não pode matar. Batman não matar é cânone'”, exemplificou o diretor. “E eu digo, ‘Ok, a primeira coisa que quero fazer quando você diz isso é ver o que acontece’.”
O cineasta defendeu a importância de colocar os heróis em situações desafiadoras para testar seus limites e explorar novas facetas de suas personalidades. Snyder elogiou o trabalho de Frank Miller em “The Dark Knight Returns”, uma série de quadrinhos que desconstruiu o Batman e o levou a extremos, mantendo, ainda assim, sua essência heroica.
A resistência dos fãs e a iconicidade dos personagens
Apesar de sua abordagem desconstrutivista, Snyder reconheceu que muitos fãs resistem a mudanças drásticas nos personagens que amam. “Uma grande parte do fandom chegou ao mesmo lugar que eu com os personagens, onde eles precisam ser testados”, observou. “Mas tem sido minha experiência que os personagens não nos decepcionaram. Esses mitos não nos decepcionaram.”
O diretor argumentou que os personagens icônicos, como Superman, são fortes o suficiente para suportar adaptações que os levam ao limite. “Você os coloca na beira do abismo, naquele cenário, e eles saem do outro lado e você pensa ‘Sim, há uma razão pela qual o Superman é o Superman!’ Ele aguenta, ele pode aguentar porque é tão icônico”, afirmou Snyder.
A cultura “woke” de Hollywood e a liberdade criativa (toque sutil de humor)
Embora Snyder defenda a liberdade criativa dos diretores, é importante questionar se a crescente cultura “woke” em Hollywood não estaria, ironicamente, limitando essa liberdade. Afinal, em um mundo onde até o Superman pode matar, mas não pode mais ser chamado de “homem do amanhã” por questões de inclusão, será que os cineastas realmente têm carta branca para explorar novas possibilidades narrativas? Talvez seja hora de Snyder dirigir um filme sobre um Batman vegano que luta contra o especismo em Gotham City. Quem sabe, assim, ele consiga agradar tanto aos fãs tradicionais quanto aos ativistas digitais.
As declarações de Zack Snyder sobre o respeito ao cânone dos personagens em adaptações cinematográficas de quadrinhos geraram debate entre os fãs. Enquanto alguns defendem a liberdade criativa dos diretores para explorar novas abordagens, outros argumentam que certas características fundamentais dos heróis devem ser preservadas. No final das contas, cabe aos estúdios e aos cineastas encontrarem um equilíbrio entre a inovação e a fidelidade ao material original, de forma a agradar tanto aos fãs mais tradicionalistas quanto àqueles abertos a interpretações mais ousadas dos ícones da cultura pop.
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