Polêmica em torno da comemoração dos 50 anos de Dungeons & Dragons

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A comemoração dos 50 anos de Dungeons & Dragons (D&D), um marco importante para os fãs do icônico RPG, está gerando polêmica devido às decisões editoriais da Wizards of the Coast (WotC), a empresa por trás do jogo. Em uma recente entrevista, executivos da WotC revelaram que o material histórico comemorativo passará por “revisões de inclusividade”, desencadeando críticas acaloradas da comunidade de jogadores.

A Controvérsia das Revisões de Inclusividade

Jason Trond, game designer da WotC, e Todd Kenreck, CEO da empresa, admitiram que certos aspectos do D&D clássico não seriam aceitos hoje em dia devido aos atuais padrões de inclusividade adotados pela empresa. Eles citaram exemplos como a classe “Fighting Man” (Homem de Luta), argumentando que o nome reflete uma visão antiquada e potencialmente discriminatória.

“Se pudéssemos mudar isso, mudaríamos,” afirmou Trond, referindo-se ao material histórico. “Mas não podemos mudar a história.”

Essa declaração provocou indignação entre muitos jogadores, que interpretaram as revisões como uma tentativa de reescrever o legado do D&D e apagar partes importantes de sua história. Críticos argumentaram que a WotC está impondo uma agenda política contemporânea sobre um produto cultural clássico, em vez de preservar sua integridade histórica.

A Reação dos Jogadores

Os fãs não pouparam palavras ao expressar seu descontentamento com a abordagem da WotC. “Eles estão cuspindo no legado de Gary Gygax e Dave Arneson,” disse um jogador furioso, referindo-se aos criadores originais do D&D.

Outro fã brincou: “Parece que a próxima edição vai ter uma classe chamada ‘Pessoa Lutadora’ para ser mais inclusiva.”

Apesar da seriedade do assunto, alguns jogadores encontraram maneiras criativas de criticar a WotC com um toque de humor. Um deles comparou a revisão histórica a “queimar livros”, enquanto outro sugeriu que a empresa deveria mudar o nome de personagens históricos para refletir a diversidade de gênero.

A Defesa da Wizards of the Coast

Em resposta às críticas, a WotC defendeu sua abordagem, argumentando que o D&D se tornou mais diversificado ao longo dos anos, atraindo jogadores de diferentes gêneros, origens étnicas e crenças. A empresa afirma que as revisões de inclusividade são uma maneira de garantir que o material comemorativo reflita essa diversidade crescente.

“À medida que os desenvolvedores se diversificam, o público jogador também se diversifica,” explicou Kenreck. “E o número crescente de jogadores começa a se enxergar refletido no jogo.”

Embora a WotC tenha o direito de adaptar seu produto às demandas contemporâneas, a questão divide opiniões. Enquanto alguns apoiam a iniciativa de tornar o D&D mais inclusivo, outros temem que a revisão histórica possa distorcer ou apagar partes importantes do legado do jogo.

A Batalha pelo Legado do D&D

A polêmica em torno das revisões de inclusividade ressalta a tensão entre preservar a integridade histórica de um produto cultural e adaptá-lo aos valores atuais. Enquanto a WotC busca tornar o D&D mais acessível e representativo, muitos jogadores argumentam que a empresa está indo longe demais, sacrificando a autenticidade em nome de uma agenda política.

À medida que a controvérsia continua, uma coisa é certa: a comemoração dos 50 anos de D&D está longe de ser um evento descontraído. Em vez disso, tornou-se um campo de batalha onde o legado do jogo está sendo disputado, com ambos os lados lutando para definir o futuro de uma das franquias de RPG mais icônicas de todos os tempos.

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