Efeito Trump? Saiba quais empresas já desistiram das políticas DEI…e da cultura woke

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De A a Z, o fim da lacração está chegando

Aposto que você um dia acreditou piamente no jargão: quem lacra, não lucra. A expressão pode ser categorizada como meia verdade, e eu explico o porquê.

Na era Biden, ao menos nos primeiros dois anos, quando a pandemia de COVID-19 amedrontava o planeta Terra, as empresas que seguiram a cartilha da chamada DEI – Diversity, equity, and inclusion (Diversidade, equidade e inclusão) conseguiram, sem dúvida, “googleplexar” suas contas bancárias.

São os casos das redes sociais comandadas pela META (Facebook e Instagram) e Google (YouTube), além das Big Techs Microsoft e Apple. Todas elas defensoras de políticas woke nos últimos anos.

Veja só este exemplo, publicado pelo The Guardian em 27 de julho de 2021. A matéria anunciou, com fanfarras, os lucros capitalizados pelas Big Techs Google, Apple e Microsoft, em meio ao controle social exercido pelos governos no auge do coronavírus.

Segundo o periódico britânico, a Apple havia lucrado US$ 21 bilhões entre abril e junho daquele ano, sendo o terceiro melhor trimestre fiscal em 45 anos. Já a controladora do Google, a Alphabet, emplacou US$ 61 bilhões no segundo tri de 2021 – aumento de 62% no comparativo a 2020. Por fim, a Microsoft alcançou US$ 46 bilhões de lucros em receitas, aumentando em 21% no comparativo com o ano interior.

Além dos serviços regulares e produtos tecnológicos com atualização assombrosa, um dos motivos da disparada das receitas é óbvio: as pessoas, trancafiadas em casa e trabalhando em home office ficaram muito mais conectadas e expostas às chamadas políticas “lacradoras” encabeçadas, principalmente, pelos influenciadores e políticos que dominavam o cenário naquele momento histórico. Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, lideraram esse bando.

 

Porém, como tudo é movido a ciclos, os Estados Unidos – o mesmo país que liderou a escalada woke – agora caminha no sentido oposto, onde a meritocracia deverá imperar.

 

Trump e a “queda dos wokes” 

Corre pelas redes sociais que a eleição de Donald J. Trump para seu segundo mandato em 2024 foi o gatilho para que as grandes (e demais) empresas sediadas nos Estados Unidos começassem a se arrepender de focar apenas na lacração, retomando a normalidade de vender mais pelo mérito de oferecer melhores produtos e serviços.

Trata-se apenas de meia-verdade. Algumas dessas companhias, como a Harley Davidson e a Budweiser, começaram a abandonar suas cartilhas DEI meses antes do republicano voltar à Casa Branca.

Vamos analisar caso a caso para entender melhor o fenômeno…

 

 BUDWEISER 

Além do choque de realidade, a derrocada das políticas identitárias teve início após uma decisão da Suprema Corte dos EUA que definiu como inadequada a inscrição de alunos em universidades norte-americanas por questões raciais. Aqui no Brasil, vale destacar, são chamadas de “cotas” – algo altamente desprezível, porque nada mais é do que discriminar pessoas.

O aceno judicial serviu como combustível para empresas como a Anheuser-Busch, controladora das cervejas Budweiser e Bud Light, abandonarem suas políticas inclusivas. O estopim para a indústria de bebidas foi o comercial estrelado pelo influencer trans Dylan Mulvaney (famoso no TikTok), que aparece degustando – e lacrando – com a latinha azul da Bud Light

O backlash (reação negativo) foi poderoso, a ponto de causar uma revolução interna na companhia, que se viu em débito com a maioria de seu público consumidor de cervejas. Em suma, as políticas da cartilha DEI sofreram sua primeira grande derrota, a partir e um boicote poderoso armado contra a companhia.

 

HARLEY-DAVIDSON

Dá para imaginar um dos ícones motorizados norte-americanos (e mundiais) fazendo campanha de inclusão? Pois, nos últimos três anos, a Harley-Davidson se descolou de seu público-alvo, certa de que se os motores lacraram (e não roncassem) ampliaria sua receita.

O fim da ilusão aconteceu em agosto de 2024, e com a divulgação de uma carta aberta que agitou e chacoalhou as redes sociais. 

“Estamos realmente tristes com todo o negativismo que se espalhou pelas redes sociais. Como empresa, tratamos da questão seriamente – é de nossa responsabilidade responder com rigor, ação e fatos. No início deste ano, iniciámos uma revisão de nossas práticas para melhor alinhar as atividades da empresa com as necessidades do nosso negócio e da comunidade”, escreveu a diretoria, por meio de seu departamento de marketing.

 

JOHN DEERE

Mais ou menos à mesma época, outra empresa produtora de veículos e maquinários agrícolas deixou de lado a cartilha DEI, após demorar um pouco para notar que seus clientes (a maioria do agro) não estava nem aí para as normas criadas para mostrar virtude.

 

A companha, inclusive, aproveitou para anunciar uma parceria com a Starlink, de Elon Musk, para ratificar que “estava de volta” às práticas de uma empresa normal, interessada – óbvio – em obter o maior lucro possível com vendas de tratores, colhedoras e outros equipamentos rurais.

Confira uma das inúmeras declarações da Deere: 

“A existência de cotas de diversidade e identificação de pronomes nunca foi e não é política da empresa”, ratificou a companhia em suas redes sociais.

 

MICROSOFT 

A primeira das chamadas Big Techs a deixar para trás as práticas woke foi a Microsoft. A mega empresa (hoje, não mais controlada pelo super woke globalista BIll Gates) decidiu abandonar as políticas de inclusão em julho do ano passado.

O fim do ciclo radical marcou 4 anos de muita lacração, iniciada após o polêmico caso da morte de George Floyd, em maio de 2020, que culminou com a condenação do policial Derek Chauvi a 22 anos de prisão.

Ainda assim, após encerrar as atividades de DEI, o porta-voz da Microsoft, Jeff Jones, tentou passar o pano, afirmando que a preocupação da empresa com “inclusão” não iria terminar.


“Os compromissos da empresa com diversidade e inclusão permanecem inalterados, enfatizando que a Microsoft continua a priorizar a responsabilidade e o foco nesse trabalho”, declarou Jones à revista Wire.

 

META

Comandada por Mark Zuckerberg, a Meta é hoje controladora do WhatsApp, Facebook e Instagram, se tornando automaticamente a maior companhia especializada em redes sociais do mundo.

 

Certamente inspirada pelo caso do X – e a revelação da matéria Twitter Files – Zuckerberg abriu o jogo sobre a pressão exercida pelo governo Joe Biden para censurar os usuários durante a pandemia de Covid-19 – e além.

 

As pistas de que a Meta abandonaria as famigeradas empresas de checagem e as políticas woke começaram a surgir quando Mark Zuckerberg apareceu ao lado de Donald Trump. De fato, onde havia fumaça, surgiu bastante fogo.

Confira o que o “dono da coisa toda” declarou sobre a mudança no podcast mais popular dos EUA, o The Joe Rogan Experience:

“Basicamente, essas pessoas do governo Biden ligavam para nossa equipe e gritavam com eles e xingavam, e era como se isso estivesse documentado, estivesse tudo meio que disponível”, afirmou Zuckerberg.

O anúncio de que tanto o Instagram como o Facebook (ambos chefiados por Zuckerberg) começariam a usar o esquema de “notas da comunidade” (prática adotada por Elon Musk, assim que assumiu o X), balançou as estruturas da esquerda global – principalmente, no Brasil. Em seguida, Globo, Lula e membros do STF não hesitaram em partir para cima do conglomerado de Zuckerberg, exigindo que a censura fosse mantida.

 

MCDONALD’S

A rede norte-americana de fast food já vinha dando sinais de que embarcaria em regras, no mínimo, estranhas, quando começou a abandonar um dos símbolos da companhia: o palhaço Ronald McDonald. Ele e os personagens que o acompanhavam no Mc Lanche Feliz saíram de cena, após serem acusados de incentivar o consumo de comida pouco saudável para crianças.

Há poucos dias, contudo, a empresa deu uma notícia boa para quem visa lucrar e gerar empregos, além de motivar seus colaboradores: o fim do departamento de DEI, destacando que “ encerraria suas metas relacionadas à práticas de diversidade (leia, políticas para os wokes), além de finalizar pesquisas que avaliam níveis de representatividade”.

BOEING

Fundada em 1916, em Seattle, a Boeing talvez seja a mais famosa companhia aeroespacial em atividade. O nome Boeing, aliás, já foi usado como sinônimo de avião, da mesma fora que outras marcas como Coca-Cola e Gilette.

O fim do departamento de DEI foi confirmado em novembro, com a saída de Sara Bowen, responsável pelas antigas políticas de inclusão da empresa.

“Foi o privilégio da minha vida liderar Equidade, Diversidade e Inclusão na empresa Boeing nos últimos cinco  anos. Nossa equipe se esforçou todos os dias para dar suporte à evolução do brilhantismo e da criatividade da nossa força de trabalho”, escreveu a ex-dirigente, ao anunciar o encerramento das atividades.

A extinção da cartilha DEI na Boeing, não por coincidência, aconteceu meses após uma das piores crises enfrentadas pela companhia, marcada pelo incidente provocado pelo rompimento da fuselagem de uma aeronave 736 MAX da Alaska Airlines.

 

AMAZON

Pioneira em venda de livros online – e com expansão quase ilimitada de atividades de comércio e serviços – a Amazon se tornou membro do clube que se cansou de lacrar para mostrar virtudes.

O anúncio – ou melhor – o vazamento das informações aconteceu somente agora, no início de janeiro, após um memorando interno da empresa de Jeff Bezos orientar seus colaboradores sobre a redução drástica de suas políticas de inclusão e diversidade – para tristeza dos wokes, claro.

Em 16 de dezembro, este memorando foi entregue para funcionários da empresa, apontando que a executiva-sênior da Amazon, Candi Castleberry, havia confirmado “o encerramento de programas e materiais destinados a DEI” até o final do ano passado.

 

FORD

 

Fundada em 1903, em Dearborn, Michigan, a Ford talvez seja a montadora mais icônica da era industrial. Ainda assim, a empresa nascida da genialidade de Henry Ford também embarcou nas ideias mirabolantes de DEI a partir de 2020. Mirabolantes – vale destacar – porque, em vez de incluir as pessoas, elas eventualmente excluem quem tem a real competência.

O anúncio da “mudança de ventos” na Ford aconteceu em agosto de 2024, após o CEO Jim Farley escrever para os funcionários via e-mail. No texto, o executivo não explicitou os motivos, preferindo deixar nas entrelinhas.

“Estamos cientes de que nossos funcionários e clientes têm uma ampla gama de crenças… O ambiente externo e legal relacionado a questões políticas e sociais continua a evoluir”, destacou o presidente da montadora.

 

TOYOTA

 

Dizem que os japoneses são os mais tradicionais do mundo. Isso não quer dizer que parte da sociedade nipônica não foi afetada pela cultura woke. A prova disso está na Toyota, que agora começa a deixar de lado as regras para inclusão e diversidade, adotadas como a maioria das montadoras automobilísticas do ocidente.

Em outubro de 2024, a direção da companhia enviou um memorando para seus cerca de 50 mil colaboradores anunciando uma série de medidas radicais: incluindo o encerramento de sua participação em programas LGBTQ e outras práticas DEI. O documento também foi encaminhado para suas mais de 1.500 concessionárias, incluindo as instaladas na capital Tóquio.

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