The Draft! é meta-horror sem orçamento que confunde esperteza com bagunça
Cinco universitários vão para uma cabana, a luz falha, o caseiro sinistro ronda e cadê o susto? Em The Draft!, nada disso importa, porque o diretor Yusron Fuadi quer brincar de roteiro dentro do roteiro. Os personagens descobrem que vivem no primeiro tratamento escrito por um roteirista indeciso, ressuscitam sempre que a página é rasgada e atravessam fantasma, slasher e zumbi na mesma manhã. Embora pareça brilhante no pitch, na execução, vira teatro escolar.
Yusron Fuadi tenta fazer Scream indonésio autorreferente, mas entrega Birdemic com pretensão acadêmica
Com quatro roteiristas e zero disciplina, o filme funciona como anedota sobre bloqueio criativo que dura duas horas. Animar a plateia com VFX que fariam a turma de Birdemic corar é pedir paciência infinita. Há sequências em chroma key onde o céu resolve iluminar a pele dos atores como se fosse lâmpada de dentista. É impossível levar qualquer ameaça a sério.
Os personagens passam o tempo gritando “ei, escritor, dá para acelerar?” e reforçando como são rasos “de propósito”. Esse metalinguismo de PowerPoint só evidencia a falta de carisma. O cinéfilo Iwan vira enciclopédia irritante, o resto é arquétipo mal esboçado. Nem mortes memoráveis restam para amortecer a ressaca.
The Draft! se vende como reflexão sobre autoria, mas não passa de compilado de ideias que deveriam ficar na oficina de roteiro. Sem performances convincentes, sem gênero definido e com zero timing, o filme mostra que autoconsciência sem talento vira só meia desculpa para preguiça.
Acompanhe as novidades da Super Prumo e se inscreva no canal oficial do YouTube da Liga Nerdola para ficar por dentro de tudo!