Warner Bros. aposta em “Matrix 5” apesar do fracasso de “Resurrections”

Compartilhe:

Novo filme da franquia será dirigido por Drew Goddard, enquanto Lana Wachowski assume papel de produtora executiva, mas fãs questionam necessidade de mais uma sequência

Em um movimento que levanta mais dúvidas do que expectativas, a Warner Bros. anunciou o desenvolvimento de “Matrix 5”, um novo capítulo da icônica franquia de ficção científica. Porém, o anúncio chega em um momento delicado, especialmente após o fracasso retumbante de “The Matrix Resurrections” (2021), o quarto filme da série, que foi um verdadeiro fiasco de bilheteria e deixou fãs e críticos decepcionados.

Pela primeira vez na história da franquia, a direção não estará a cargo das irmãs Lana ou Lily Wachowski, criadoras do universo “Matrix”. Em vez disso, Drew Goddard, conhecido por seu trabalho como roteirista em “Perdido em Marte”, assumirá o comando da produção, enquanto Lana Wachowski, que dirigiu “Resurrections”, atuará apenas como produtora executiva.

Embora Goddard tenha um currículo respeitável, com créditos em filmes como “Cloverfield” e “Guerra Mundial Z”, além de ter sido indicado ao Oscar pelo roteiro de “Perdido em Marte”, é difícil não questionar a necessidade de mais uma sequência de “Matrix”, especialmente depois do desempenho decepcionante do último filme.

“The Matrix Resurrections”, que chegou aos cinemas 18 anos após o terceiro filme da série, foi um verdadeiro balde de água fria para os fãs. Com um enredo confuso, efeitos visuais aquém do esperado e uma trama que pareceu mais preocupada em abraçar a agenda “woke” do que em explorar os temas filosóficos e existenciais que tornaram a franquia um fenômeno cultural, o filme arrecadou míseros US$ 159 milhões em todo o mundo, contra um orçamento de US$ 190 milhões.

Claro, parte desse fracasso pode ser atribuído à estratégia controversa da Warner Bros. de lançar todo o seu slate de 2021 simultaneamente nos cinemas e no HBO Max, sem custo adicional para os assinantes. Mas, mesmo levando isso em consideração, é inegável que “Resurrections” não conseguiu reconectar-se com o público ou trazer de volta a magia dos filmes originais.

Agora, com o anúncio de “Matrix 5”, surgem questionamentos sobre a real necessidade de mais um filme na franquia. Será que a Warner Bros. está realmente interessada em explorar novas possibilidades narrativas nesse universo, ou estamos diante de mais uma tentativa desesperada de capitalizar sobre a nostalgia dos fãs e espremer o máximo possível de uma propriedade intelectual que já deu sinais claros de esgotamento criativo?

Em uma era em que Hollywood parece obcecada em abraçar a cultura do “politicamente correto” e a agenda progressista a qualquer custo, muitas vezes em detrimento da qualidade e da coerência narrativa, é preocupante pensar no que pode resultar de mais uma incursão ao mundo de “Matrix” sem a visão singular das irmãs Wachowski no comando.

Afinal, como diria o próprio Morpheus, “a Matrix é um sistema, Neo. Esse sistema é nosso inimigo. Mas quando estamos dentro dele, o que percebemos? […] A Matrix é um mundo que foi colocado diante de seus olhos para que você não visse a verdade”. E a verdade, meus caros leitores, é que nem sempre mais do mesmo é sinônimo de qualidade ou inovação.

Resta saber se “Matrix 5” será capaz de nos oferecer a pílula vermelha da criatividade e da originalidade, ou se estamos destinados a engolir mais uma dose da pílula azul da mediocridade e da irrelevância. O tempo, como sempre, será o juiz final.

 

Cinema progressista? Analisando o impacto de filmes cult como Matrix e Clube da Luta na cultura jovem masculina

Publicidade
Publicidade