Por Claudio Dirani
Eles ainda não se cansaram do mi mi mi
Líder absoluto nas bilheterias norte-americanas. Mais de US$ 160 milhões arrecadados nos cinemas de todo o planeta em poucos dias. Críticas super positivas – com destaque para a performance da cantora-atriz Ariana Grande. Estamos falando do musical Wicked – produção da Universal Pictures que tinha tudo para transferir para Hollywood seu sucesso implacável na Broadway se não fosse por um amargo obstáculo.
Em outras palavras: adivinhe quem veio para lacrar?
Elogiadíssimo por jornalistas e consumidores de cultura pop (90% e 96%, respectivamente, segundo o Rotten Tomatoes), o filme com seus respeitáveis 180 minutos de duração e com Jon M. Chu na direção nos apresenta a história da transformação de Elphaba Thropp (Cynthia Erivo) na Bruxa Má do Oeste do universo do Mágico de Oz e sua inesperada relação amistosa com Galinda, destinada a ser a mística Glinda, a Boa.
Com sua combinação de canções de Stephen Schwarz, texto bem-humorado e caprichado, Wicked seria um candidato fortíssimo a receber nota 10 em 2024 se a militância woke não tivesse já se colocado à frente da qualidade para falar (mais uma vez) da tal “representatividade”.
Mais explicações a seguir…
Wicked ou Woked? lacração em Oz
É oficial. A mídia woke já deu a largada oficial para que Wicked concorra ao prêmio de Melhor Filme no Oscar 2025. Só que a qualidade da produção não está, digamos, entre as prioridades dos jornalistas.
O ponto central dos analistas (ou lacradores) de revistas consagradas como a Variety, por exemplo, é a ideologia de gênero e a ultramarxista disputa étnica que já está bastante desgastada.
Durante a passagem por Londres da turnê de promoção do filme, Cynthia Erivo dedicou boa parte de sua participação no evento em sua terra natal para destacar a importância da “mulher negra queer”.
“Espero que seja uma espécie de carta de amor para todos que se sentem diferentes, que se sentem deslocados, para todas as mulheres negras que entraram em salas e sentiram que não foram bem-vindas”, declarou a atriz, acrescentando:
“Para qualquer um que entrou em uma sala e sentiu que não foi bem-vinda. Estou muito feliz por ser o canal pelo qual essa personagem foi trazida ao mundo”, ratificou.
A Variety, além de escancarar o interesse em emplacar mais uma empreitada woke, não se esqueceu de exaltar a “equiparidade salarial”. Só que agora, em vez de comparar os ganhos de homens e mulheres, a publicação optou por mirar na “competição étnica”.
Após rumores pipocarem na internet sobre um salário maior para Erivo, o site correu para verificar a informação e apontar que houve equiparação dos salários das atrizes de Wicked.
“Relatos de disparidade salarial entre Cynthia e Ariana são completamente falsos e baseados em forragem da internet. As mulheres receberam pagamento igual por seu trabalho em Wicked”, declarou um porta-voz da Universal Pictures após apagar o incêndio.
O único porém na intervenção do estúdio foi não ter informado os valores recebidos pelas companheiras de set.
Heróis e + lamentam a lacração
Ao se informaram por mais uma onda lacradora – desta vez, sobre o ótimo Wicked – a Liga Nerdola (em especial, o canal Heróis e +) lamentou o uso da política, que só contribui para uma aversão desnecessária à produção.
“É uma pena, porque o filme é ótimo – é bom demais. Essa é a diferença. Estão colocando lacração onde não é necessário, diferente de The Acolyte”, afirmou Tony Bleick que, ao lado do irmão Elvis Ventura, capricharam no review de Wicked em seu canal no YouTube.
“É um filme que certamente brigará por prêmios no Oscar”, apontou Elvis.
“Coreografia, música, edição…tudo simplesmente espetacular”, concluiu Tony. Os CEOs do canal ainda deram espaço para rasgar elogios à lacradora Cynthia Erivo, que consegue deixar de lado o mimimi fora da telona.
“Cynthia Erivo é uma extraordinária cantora e ótima atriz”, ratifica Elvis.
“Mesmo ela sendo mimizenta. A gente consegue separar a atriz de Wicked da pessoa”, completa.