Máquina Mortífera 5: Mel Gibson revela novidades sobre o futuro da saga

Mel Gibson

Compartilhe:

Mel Gibson e Danny Glover encerram a jornada no 5º longa da franquia

Por Claudio Dirani

Mais de um quarto de século. A última vez em que a dupla de detetives do Departamento de Polícia de Los Angeles Martin Riggs e Roger Murtaugh combateram o crime em 1998, as autoridades da Califórnia ainda puniam quem ousava praticar assaltos. Isso é coisa do passado.

Se para a polícia de verdade a realidade  é triste – já que roubar até US$ 950 em mercadorias não dá cadeia por lá – o lado positivo de nossa história é a confirmação de que os velhos parceiros Mel Gibson e Danny Glover estarão de volta em  Máquina Mortífera 5. 

Apesar de ainda não ter data de estreia, o atual estágio da quinta parte da saga criada por Shane Black em 1987 foi atualizado nesta semana por Gibson, que também estará na direção. O astro conservador revelou ainda que manterá as raízes da história iniciada há três anos pelo saudoso Richard Donner, diretor original da franquia.

 

“Vou dirigir o quinto filme da série Máquina Mortífera, Richard Donner, que fez os outros quatro, infelizmente faleceu. Ele era um bom amigo e meio que me levou a herdar sua bandeira”, comentou o astro, que também cuida neste momento de Paixão de Cristo: Ressurreição – Parte 1.  

“Será uma honra para mim dar continuidade ao trabalho dele. Richard estava bem adiantado com o roteiro. Por isso, usamos o que ele havia feito e demos continuidade a partir desse ponto. Tenho me divertido bastante – principalmente com algumas questões complexas que ele aborda”, revelou Gibson

Responsável pela direção dos quatro longas anteriores, Richard Donner faleceu em julho de 2021, aos 91 anos, em meio à composição do roteiro do quinto Máquina Mortífera. Seu mais recente trabalho em Hollywood, antes de retomar a franquia, havia sido 16 Quadras, estrelado por Bruce Willis.

O portfólio de Donner, contudo, é um dos mais ricos da cultura pop. Em mais de seis décadas, o cineasta esteve por trás de filmes que viraram referência para diversas gerações, como A Profecia (1976),  Superman (1978), Os Goonies (1985), Ladyhawke: O Feitiço de Áquila (1985), além de produções televisivas como O Fugitivo (1965), Além da Imaginação (1963-1964) e Kojak (1973-74). 

 

Parceria com Mel Gibson

 

A tradicional dobradinha de Richard Donner com Mel Gibson não se resume aos quatro longas da franquia Máquina Mortífera, lançados respectivamente em 1987, 1989, 1992 e 1998. Os amigos ainda dividiram o set em mais dois longas cheios de humor e ação. Em 1994, Gibson arrumou tempo para finalizar o épico Coração Valente (1995) e ainda atuar no remake do divertido western Maverick, ao lado do protagonista da série original, James Garner.

Já no drama Teoria da Conspiração (1997), Gibson interpreta um fanático por (adivinhe) teorias conspiratórias envolvendo o governo dos Estados Unidos, contracenando com Julia Roberts e Patrick Stewart.

“Donner, meu amigo, meu mentor… Ah, as coisas que aprendi com ele! Ele minava seu próprio talento com uma alta dose de humildade e dizia que não passava de um simples guarda de trânsito”, declarou Mel Gibson logo após o falecimento do velho companheiro. 

“Donner era magnânimo de corpo e alma. Se juntássemos todas as boas ações que ele fez, elas chegariam até o céu. Sempre irei sentir muito a falta de sua sabedoria e inteligência cheia de irreverência”, declarou.

“Máquina Mortífera revisited” – um resumo da saga

Máquina Mortífera (6 de março de 1987)

Enredo: A estreia da franquia – e da clássica dupla Riggs (Gibson) e Murtaugh (Glover) – é também a mais sombria. Logo somos apresentados ao atormentado sargento Martin Riggs, um ex-boina verde do exército norte-americano assombrado pelas batalhas no Vietnã e pelo assassinato de sua esposa.

Seu encontro com o parceiro do Departamento de Polícia de Los Angeles não foi dos mais pacíficos. O comportamento suicida de Riggs afasta o também sargento Murtaugh no início da trama, mas logo os tiras unem seus pontos em comum para investigar a misteriosa morte da jovem Amanda Hunsaker (Jackie Swanson) e seu envolvimento com o tráfico de drogas.

Orçamento: US$ 15 milhões

Bilheteria: US$ 120,2 milhões (US$ 330 milhões corrigidos pela inflação)

Trilha Sonora: As variações do tema principal do longa são de autoria do lendário Eric Clapton, com orquestrações compostas pelo saudoso Michael Kamen.

 

Máquina Mortífera 2 (7 de julho de 1989)

 

Enredo: O retorno dos policiais acontece dois anos após os eventos de Máquina Mortífera, sendo o principal diferencial o tom mais ameno do roteiro. Sem perder em agressividade e ação, a sequência dirigida por Richard Donner é rica em piadas, além de trazer uma mensagem sem as populares “palestrinhas”. 

O motivo é justificado. Nos anos 1980, o mundo ainda combatia a política racista do Apartheid na África do Sul, e o filme aborda o tema sem exagerar na dose. Melhor ainda, o público consegue abraçar a causa, já que a missão de Riggs e Murtaugh será desmembrar as ações do transporte ilegal de ouro por agentes da diplomacia sul-africana.

O roteiro original de Máquina Mortífera 2 sofreu diversas alterações antes de ser rodado por Donner. Além de ser mais violento e apresentar os membros da embaixada mais racistas e cruéis, o mais novo integrante da trama, o malandro Leo Getz (Joe Pesci), teria bem menos tempo de tela.  

Orçamento: US$ 30 milhões

Bilheteria: US$ 229 milhões  (US$ 579,37 milhões corrigidos pela inflação)

Trilha Sonora: A canção escolhida para tocar nos créditos é a bela “Cheer Down”, parceria de George Harrison e Tom Petty.

 

Máquina Mortífera 3 (15 de maio de 1992)

 

Enredo: Com um elenco mais maduro, Máquina Mortífera 3 seria marcado por mais cenas de humor em relação aos dois primeiros da saga. Isso não representou, entretanto, doses menores de ação. Destaque para a explosão monumental de um edifício, que leva nossos heróis a serem rebaixados a guardas encarregados de multar pedestres que não atravessam na faixa de segurança.

A aparente tranquilidade termina quando Riggs e Murtaugh precisam resolver uma onda de atentados cometidos contra policiais, além da escalada do tráfico entre os jovens da grande Los Angeles.

Leo Getz (Joe Pesci) está de volta com mais tempo de tela. A novidade é a chegada da agente Lorna Cole, interpretada por Rene Russo (a atriz repetiria o par romântico com Mel Gibson no thriller O Preço de Um Resgate em 1996).   

Orçamento: US$ 35 milhões

Bilheteria: US$ 321,7 milhões  (US$ 720,6 milhões corrigidos pela inflação)

Trilha Sonora: A canção do terceiro longa é a versão original de “It ‘s Probably Me”, gravada por Sting e Eric Clapton.

Máquina Mortífera 4 (10 de julho de 1998)

Enredo: Em um clima familiar – construído a partir de Máquina Mortífera 2 – a quarta incursão da saga protagonizada por Mel Gibson e Danny Glover deixa de lado as gangues tradicionais de Los Angeles para investigar o crescimento exacerbado da máfia Chinesa na principal cidade da Califórnia.

Além dos rostos bem conhecidos do elenco, a produção conta com mais dois reforços. Do lado dos mocinhos, o irreverente Chris Rock terá duas missões: conquistar o coração do futuro sogro Murtaugh e ajudar no combate ao crime. Já do lado dos bandidos, o craque das artes marciais de Singapura, Jet Li, faz sua estreia em um filme internacional. 

Jet Li, aliás, é o que proporciona as melhores cenas de combate no decorrer dos 127 minutos do filme.

Orçamento: US$ 100 milhões

Bilheteria: US$ 285,4 milhões  (US$ 550,8 milhões corrigidos pela inflação)

Trilha Sonora: O filme não apresentou nenhuma canção inédita – nem mesmo um CD, que seria lançado somente como edição especial em 2013. O destaque entre as canções usadas na trilha é “Fire In The Hole” do álbum Van Halen III.

Publicidade
Publicidade